domingo, 26 de maio de 2013

Veias profundas

Olá, amigos!
Agora vou falar-lhes sobre a dificuldade de puncionarem as minhas veias por serem muito profundas.
Essa semana não consegui fazer as três sessões de hemodiálise, pois não conseguiram puncionar as minhas veias na 4ª feira. Quero dizer , puncionaram as minhas veias várias vezes e as lesionaram. Assim, quando ligavam a máquina da hemodiálise, o sangue extravasava e o local da agulha inchava. Fui dispensada e o meu braço ficou horrível: roxo, inchado, quente e muito dolorido. As funcionárias da clínica me orientaram a colocar gelo no dia do ocorrido por várias vezes e bolsa de água quente no dia seguinte. Elas tentaram me consolar afirmando que no começo é assim mesmo.

É bom lembrar que exercício com a bolinha não pode ser feito após a realização da hemodiálise. Somente no dia seguinte ou antes de fazê-la, a fim de evitar sangramento.

A dificuldade de puncionarem as minhas veias é um problema que me acompanha desde de sempre. Tenho veias profundas e, portanto, não são visíveis. Isso obriga que aquele que for puncioná-las tenha calma e um bom tato. Herança da minha querida mãe!


Quem estiver lendo este post poderá pensar, porquê eu não tomei alguma atitude. Mas eu tomei. Comuniquei, na 5ª feira, à médica responsável por mim e pedi que determinada pessoa, que tinha conseguido pegar a minha veia de primeira, a puncionasse até formar o tal do túnel, que, pelo que entendi, é o local escolhido onde será sempre puncionada. Qual foi o resultado de tal pedido? Gerou um mal estar na 6ª feira entre as funcionárias e a pessoa que eu tinha indicado para puncionar a minha veia veio, simplesmente acompanhando a outra pessoa, e me disse que não poderia assumir tal encargo, porque senão, como ficaria em seus dias de folga? Simples assim!

Nesta referida 6ª feira, fiquei apreensiva, mas deu tudo certo. A funcionária que nem sempre pegava as minhas veias de primeira veio até mim, acompanhada da funcionária expert em veias, mas que disse não poder assumir tal encargo, puncionou, recebeu umas orientações da expert e conseguiu de primeira. Claro que a cada alarme da máquina, eu pensava que as agulhas tinham saído.
Ainda nesta 6ª feira, a médica de plantão, que eu ainda não conhecia, deve ter ficado sabendo do meu pedido de que só determinada pessoa pegasse a minha veia, veio perto de mim, ironicamente, perguntar se estava tudo bem e pediu para ver o meu braço. Eu o mostrei e queixei que estava horrível, além de inchado e dolorido. Ela simplesmente me recomendou que eu passasse uma maquiagem para disfarça-lo. Prefiro não comentar o que senti.
Neste post resolvi desabafar como pequenas coisas de fácil solução não são feitas e causam aborrecimento nos já debilitados pacientes, por total falta de respeito, humanidade, generosidade e consideração. Com certeza, essas pessoas são tecnicamente ótimas profissionais, mas sem treinamento adequado de como lidar psicologicamente com esses pacientes debilitados e dependentes da hemodiálise.

Hoje é domingo e acabei de passar para o meu iPad um CD do Padre Juarez de Castro, o qual ouvirei amanhã na minha sessão de hemodiálise. Que Deus me dê forças!

"A compaixão é um sentimento natural que, ao moderar a violência do amor pelo próprio ego em cada indivíduo, contribui para a preservação de toda a espécie. É ela que nos impele a consolar imediatamente aqueles que estão sofrendo sem que tenhamos pensado sobre isso antes." (Jean-Jacques Rousseau)
Profissionais da saúde devem sempre praticar a compaixão, pois um dia eles poderão estar no lugar dos pacientes e, com certeza, necessitarão desta compaixão que potencializa qualquer tratamento.
Com carinho,
Helô

3 comentários:

  1. Oi Helô!
    Tb sou paciente renal e estou gostando muito do teu blog.
    Vc "traduz" as informações que pesquisa e isto é muito raro nestes tempos de copiar e colar.
    Espero que continue assim!
    Meus parabéns!

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  2. Sem comentários. Essas coisas são muito desagradáveis e geralmente inevitáveis. Seja forte e passe por cima. O importante é a sua saúde. Bj

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