quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Transplante e vida longa

Olá, amigos!

Leiam a receita de vida de um dos primeiros transplantados renais da Espanha (há 34 anos), que aos 81 anos está ótimo.

Com carinho,
Helô



                                                             transplantado há 34 anos


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Gastrite e colite

Olá, amigos!

Toda atenção é necessária com quem faz hemodiálise, por ser um tratamento complexo que envolve conhecimento técnico, cuidados e procedimentos, como: ingestão de muitos medicamentos, dieta restritiva, consumo de líquido controlado, peso corporal regularmente avaliado, realização de exames laboratoriais mensais, controle constante de eventual infecção, higiene rigorosa das mãos, das máquinas e do ambiente da hemodiálise, lavagem da fístula, manuseio cuidadoso com o cateter e muito mais.

Eu faço hemodiálise há 2 anos e 5 meses e tenho uma boa qualidade de vida por seguir as orientações recebidas. Mas não é simples assim, apesar de eu ter pensado que era. Todos os meus desconfortos e dores, eu atribuía à insuficiência renal ou aos medicamentos tomados e pensava que eu estava muito bem. Mas não.

Um dos meus piores desconfortos e dores que sinto há algum tempo é uma dor abdominal não muito intensa, azia esporádica, náuseas eventuais, uma empanturração após as refeições e umas cólicas intestinais. Eu informei esses sintomas para as nefrologistas da clínica e elas sempre os relacionaram à ingestão do Renagel (cloridrato de sevelâmer). Este medicamento controla a absorção do fósforo e deve ser tomado durante as refeições por quem tem insuficiência renal. A dose varia de paciente para paciente. Eu tomo 4 comprimidos diários (café damanhã (1), almoço (2) e jantar (1)). O Renagel pode causar todos os sintomas que eu sinto. Então, eu estava tranquila, apesar desses inconvenientes sintomas.


      


Com a devida cautela, alguns exames são pedidos de tempos em tempos pelas médicas da clínica, como: cintilografia, densitometria, endoscopia, colonoscopia e outros. Como eu tinha feito colonoscopia e endoscopia em 2010, a médica pediu que eu os refizesse por ter passado 5 anos. E assim eu fiz. O resultado foi uma Pancolite Enantemática Leve (popularmente conhecida como Colite) e uma Gastrite Erosiva Leve de Antro (popularmente conhecida como Gastrite). Levei um susto e percebi que os sintomas não eram decorrentes da simples ingestão do Renagel e sim de duas doenças que devem ser muito bem tratada para evitar complicações graves. Como dizia um querida amiga, nós temos sempre que "ouvir" o nosso corpo e dar atenção ao que ele nos diz. Eu relativei os meus sintomas e agora eu tenho que tratar mais duas doenças, sem poder suspender os vários remédios que tomo e que também podem ter colaborado para causar essas doenças. Aqui vai um conselho: não relativem as tuas dores, fiquem sempre atentos a qualquer sintoma e procurem um médico.


                       
    

O meu tratamento inicial foi substituir o meu protetor gástrico Omeprazol 20 mg por Nexium 40 mg e uma dieta alimentar sem doces, feijão, pão, frituras, saladas cruas, leite, algumas frutas e verduras, além de muitas outros alimentos. O ideal seria uma dieta hiperproteica, mas eu não posso devido a minha insuficiência renal. Então, a minhas dietas foram adaptadas e eu também vou me adaptando.

"A fé é uma força interior que nos entusiasma e motiva a saltar além de nossas forças humanas."  (Mc 10, 46-52)

Eu tenho muita fé e ela me dá força para enfrentar os desafios da vida.

Com carinho,

Helô


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domingo, 27 de setembro de 2015

Dia nacional de doação de órgãos

O dia 27 de setembro é marcado por duas importantes comemorações: o Dia Nacional da Doação de Órgãos e de São Cosme e Damião. Muitas pessoas desconhecem, mas a ideia e concepção do transplante tiveram início com os dois santos. 

Segundo a Igreja Católica, os irmãos eram médicos e realizavam atendimento à população sem custo algum e teriam realizado a primeira cirurgia deste tipo. Por isso, São Cosme e Damião são os padroeiros do transplante.

A ligação entre os santos e os transplantes surgiu quando o sacristão de uma igreja na Sicília sofreu gangrena e perdeu uma das pernas. São Cosme e São Damião fizeram a amputação de pernas seguida de um transplante bem sucedido e o homem voltou a ter as duas pernas.

O transplante de órgãos ou tecidos só pode ser realizado com uma doação. A viabilização do processo depende somente da aprovação familiar, por isso, é sempre importante conversar com a família e deixar claro o desejo de doar. Doar órgãos salva vidas e leva esperança a muitas pessoas, mas depende de você. 

Doe órgãos! Doe vida!

Fonte: programa estadual de transplante do governo do Rio de Janeiro



  

É sempre bom frisar que o diagnóstico da morte cerebral ou encefálica é definitivo, portanto irreversível, e baseado num critério (protocolo) mundial muito sério e rigoroso. A pessoa diagnosticada com morte cerebral é considerada morta para a ciência e para todas as religiões. De modo que a doação de órgãos, chamada de doação de cadáver, só pode ser realizada após o diagnóstico da morte cerebral e sempre com a autorização familiar. 

Há mais de 32 mil pessoas na fila de transplante no Brasil e apenas em torno de 4 mil transplantes foram realizados no Brasil em 2014, sendo que 43% das pessoas com morte cerebral e aptas para doação de órgãos os seus familiares negaram a doação. Tenham compaixão e consciência que um dia vocês poderão estar na fila de transplante. 

Assistam no link abaixo os depoimentos de alguns doadores e receptores de órgãos. Entre eles, tem o depoimento da Bruninha (menina/mulher de 27 anos) que vocês acompanharam aqui no meu blog, uma vez que eu a conheço porque ela fazia hemodiálise na mesma clínica que eu. Ela fez um transplante duplo (rim e fígado) no último dia 9 de julho, foi um sucesso e ela está ótima. É muito emocionante e nos traz muitas esperanças!!!



Com carinho,

Helô


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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Queda na Doação de Órgãos

Olá, amigos!

No próximo dia 27 de setembro, comemora-se o Dia de Doação de Órgãos. Várias campanhas estão sendo realizadas para comemorar esta data. Infelizmente, a doação de órgãos tem diminuído no país e essas campanhas visam conscientizar as famílisa de pessoas que tem morte encefálica e conscientizar as famílias que esta morte é irreversível. Esta é comprovada por métodos sérios e rigorosos adotados mundialmente. Segue abaixo a campanha do renomado Hospital Alemão Oswaldo Cruz, situado na cidade de São Paulo, no Brasil:



                    
     

Hospital Alemão Oswaldo Cruz realiza campanha de sensibilização sobre doação de órgãos de 16 a 23/9 em São Paulo
Exposição fotográfica e palestras fazem parte da iniciativa que visa esclarecer o processo de doação de órgãos; mais de 32 mil brasileiros estão na fila do Sistema Nacional de Transplantes
São Paulo, 18 de setembro de 2015 – Atualmente, existem no Brasil mais de 32 mil pessoas à espera de um transplante. São adultos e crianças que sonham com a possibilidade de ganhar uma nova chance de vida, mas o número de doadores ainda é insuficiente para zerar a fila do Sistema Nacional de Transplantes. Dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) revelam que as taxas de potenciais doadores, de doadores efetivos e no número de transplantes de rim, de fígado e de pâncreas, diminuíram em relação ao ano anterior. Apenas no primeiro trimestre, 43% das famílias abordadas pelas equipes dos hospitais não autorizaram a doação.
Com o intuito de esclarecer o processo de doação de órgãos e conscientizar a sociedade sobre a importância de informar aos familiares sobre o desejo de ser um doador de órgãos e tecidos, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz realiza em setembro uma campanha de sensibilização e conscientização sobre o tema. A ação faz parte das ações do Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado em 27/09.
Entre as iniciativas de mobilização do Hospital está à exposição fotográfica “Rostos de Esperança”, que será realizada de 16 e 23 de setembro, no saguão do Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073, próximo ao Metrô Consolação em São Paulo. Composta por 15 painéis do fotógrafo premiado Lalo de Almeida, a exposição retrata a história de doadores e receptores de órgãos e tecidos, além de profissionais que lutam contra o tempo para realizar um transplante.
O público que visitar o Conjunto Nacional também poderá assistir às palestras com os médicos e enfermeiras que integram a equipe de transplantes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Os profissionais apresentarão um panorama sobre a fila de transplantes no país e também esclarecerão as principais dúvidas dos participantes sobre a doação de medula óssea, rim, fígado e córneas. Além disso, serão realizadas apresentações dos corais do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do SBT. 
Para o Dr. Philip Bachour, Coordenador do Transplante de Medula Óssea, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos motivos da queda das doações está relacionado ao fato das famílias não autorizarem a doação dos órgãos, mesmo que o familiar tenha manifestado este desejo em vida, por desconhecimento. “Estima-se que para cada oito potenciais doadores no país, apenas um acabe doando de fato, por isso, a importância de ampliar as ações de conscientização e de esclarecer as dúvidas em torno do processo de doação”, afirma.
O médico esclarece que a doação de órgãos como coração, pulmão, córneas, pâncreas, ossos só é realizada com a constatação de morte encefálica, isto é, quando há interrupção irreversível das atividades cerebrais do indivíduo. Em caso de doadores vivos, realiza-se a doação de órgãos, como o rim, fígado e medula óssea. Desde 1997, já foram realizados no Hospital Alemão Oswaldo Cruz mais de 700 transplantes de rim, pâncreas, fígado, ossos, córneas e medula óssea.
Programação:
16/09 – Quarta-feira às 13 horas
Palestra sobre Transplante e Doação de Medula Óssea

17/09 – Quinta-feira às 13 horas
Palestra sobre Transplante e Doação de Rim
18/09 – Sexta-feira às 13 horas
Palestra sobre Panorama da Fila dos Transplantes no Brasil e Doação de Órgãos e Tecidos
19/09 – Sábado às 13 horas
Apresentação do Coral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
20/09 – Domingo às 13 horas
Apresentação dos Corais do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do SBT
21/09 – Segunda-feira às 13 horas
Palestra sobre Transplante e Doação de Medula Óssea
22/09 – Terça-feira às 13 horas
Palestra sobre Transplante de Fígado
23/09 – Quarta-feira às 13 horas
Palestra sobre Transplante de Córneas, Transplante Ósseo e Doação de Órgãos e Tecidos
Serviço: 
Semana de Sensibilização à Doação de Órgãos e Tecidos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Exposição fotográfica Rostos de Esperança 
Data: de 16 a 23 de setembro
Local: Conjunto Nacional – Saguão
Endereço: Av. Paulista, 2073 – Próximo ao Metrô Consolação – São Paulo (SP)
Horário: das 9 às 19 horas
Gratuito


                      
  

Mesmo na hora da perda de um ente querido, atendam com carinho os agentes de captação de órgãos, confiem nos métodos médicos de avaliação de morte cerebral irreversível de seu parente e DOEM SEUS ÓRGÃOS E TECIDOS. Isto é compaixão e proporcionará a vida para várias pessoas!!! 



Com carinho,
Helô


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Campanha de doação de órgãos e tecidos no Conjunto Nacional de 16/9 a23/9/2015

Olá, amigos!

Na próxima 4ª feira, 16/9, inicia-se a Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista com a Rua Augusta. Esta Campanha ocorrerá de 16 a 23/9/2015, das 9 às 19 horas. A Campanha foi intitulada Rostos de Esperança. Dentre estes rostos de espernça está o da menina/mulher Bruna Suita, que acompanhamos o seu transplante duplo (fígado e rim), realizado no último dia 9 de julho aqui no meu Blog Hemodiário. Prestigiem e divulguem!!!

Com carinho,
Helô

#doeorgaosetecidosdoevida


                         
    
                                   
                                             PROGRAMAÇÃO:
                             
              


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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Hemodiálise: complexidade, tratamento e fé

Olá, amigos!

Hoje, 31 de agosto de 2015, o meu blog Hemodiário atingiu 27.000 visualizações e estou muito feliz.

Insisto em dizer que o retorno que tenho com o meus posts é o melhor que me aconteceu nesses 27 meses de hemodiálise. Eu sou uma privilegiada: tenho convênio médico, moro na cidade de São Paulo, faço hemodiálise numa excelente clínica, tenho um marido e dois filhos maravilhosos, recebo o aconchego de amigos carinhosos e dedicados. Eu sou uma abençoada e sinto que Deus e Nossa Senhora estão sempre ao meu lado e me dão forças a todo momento. O mínimo que posso fazer para retribuir tudo que tenho de bom é compartilhar as minhas experiências e os meus aprendizados nesse tratamento tão complexo através do meu companheiro blog Hemodiário. 



   
   


Vejam os 10 países que mais visualizaram o meu blog Hemodiário:


   

Acredito também que o meu blog Hemodiário é um serviço de utilidade pública, uma vez que me dedico muito para escrever cada post e o faço sem fins lucrativos, buscando prestar um relevante serviço de informação à sociedade. Eu respondo a todas as perguntas e consultas que me fazem com muito prazer e carinho. Quando eu não sei a resposta, eu conto com a ajuda dos médicos e enfermeiros da minha clínica. Realmente, é muito gratificante se sentir útil e ter o retorno de cada familiar ou paciente que faz hemodiálise, que agradece, e muito, pelas dicas que leram no meu blog Hemodiário ou pelas minhas respostas. 

Claro que a fé é o combustível que me faz estar sempre alegre e pronta para aceitar as dificuldades da vida. Aceito as diferenças e as indiferenças. Mas nunca me esqueço de olhar para o lado e me colocar no lugar de quem tem dores piores que as minhas. Sou grata por tudo que tenho!

Compartilho com vocês os votos do Padre Marcelo e desejo que Deus te proteja e te abençoe!!!


    


"Ter fé é acreditar nas coisas que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita." (Santo Agostinho (354-430)


Vamos em frente sempre em busca de uma vida melhor para nós e para todos!


Com carinho,
Helô



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sábado, 22 de agosto de 2015

História da hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje vou falar-lhes um pouco sobre a história da hemodiálise no mundo e no Brasil.


                     História da hemodiálise no mundo (fonte: adrnp)

A história da hemodiálise pode considerar-se ter começado quando, em 1830, um físico inglês chamado Thomas Graham (1805-1869) verificou que separando dois líquidos com substâncias dissolvidas numa membrana celulósica estabelecia uma  troca entre elas.

A esta experiência ou fenômeno, o físico chamou-lhe "Diálise" e às membranas com estas características "semi-permeáveis".

Passados oitenta anos, este princípio físico é aplicado à experiência animal.

Em 1913, na América, John J. Abel idealizou e utilizou nos cães sem rins, o primeiro "rim artificial".
Tinha a composição de uma série de tubos de celulose mergulhados em soro fisiológico que era por onde circulava o sangue dos cães.

É obvio que surgiram problemas técnicos que desmotivaram esta experiência:

1. Fragilidade das membranas que provocavam rupturas frequentes;
2. Não existia a heparina e aconteciam acidentes, como a coagulação do sangue consecutivamente;
3. Matérias mais grossas e as possibilidades de esterilização provocavam sistemáticas infecções.

Mesmo assim, John J. Abel descreveu sua experiência com um método em que o sangue retirado de um cachorro era submetido a uma sessão de diálise extracorpórea e, no final do procedimento, retornava à sua circulação, sem qualquer prejuízo ao animal. Foi utilizado um aparelho constituído por oito tubos de material similar ao empregado na fabricação de salsichas, no interior dos quais circulava o sangue anticoagulado com hirudina (extraída de sanguessugas), banhados por uma solução de troca dentro de um cilindro de vidro, os autores comprovaram a eficácia do método na remoção de solutos. Logo perceberam a necessidade de aparelhos com maior superfície de troca, que pudessem ser viáveis para tratar seres humanos. No entanto, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, suas pesquisas foram interrompidas. (fonte: renalclass)


                                          cachorro submetido à diálise com sucesso 

Em 1917, na 1ª. Guerra Mundial, a terrível visão de doentes em uremia pela Insuficiência Renal Aguda levou que o Alemão Georg Haas viesse a mudar o protótipo do "Rim Artificial" do seu colega John Abel. Aumentou a área das membranas, conseguindo assim esterilizar os componentes todos do circuito extracorporal com etanol.

Finalmente, em 1926, aventurou-se a utilizar a diálise pela primeira vez no ser humano, quando apareceu um caso de uremia.

Esta primeira experiência no ser humano consistiu em retirar ½ litro de sangue do doente (o volume necessário para preencher o circuito) e fazê-lo circular pelos tubos durante meia hora, banhados com o soro, e reinfundindo-o novamente no paciente. Claro está que não foi obtido qualquer resultado positivo. Este passo foi permitir que Georg Haas repetisse em 1928 o método e começou por fazê-lo pela primeira vez com a heparina, o qual foi feito com 9 passagens e não com uma, como anteriormente tinha sido feito.

Durante certo período foram feitas tentativas, como por exemplo intestinos de galinha, para se encontrar materiais mais adequados.

Em meados de 1936, quando se iniciou a comercialização do celofane, houve uma melhoria da diálise. Foi neste mesmo ano que foi possível aplicar a diálise ao ser humano com alguma segurança.

Durante a segunda guerra mundial (1940), o holandês Willem J. Kolff (14/2/1911 - 11/2/2009) (considerado por alguns o pai da Hemodiálise) fez um "Rim Artificial" que consistia num tubo de 40 metros de celofane enrolado num cilindro que rodeava um tanque que continha uma solução. O sangue do doente circulava dentro do tubo e a cada rotação do cilindro mergulhava no tanque.


                                             Prof. Kolff (ao centro) manuseando um dos primeiros
                                                                        modelos de máquina de hemodiálise


                                        Primeira máquina de Diálise - 1943: Cilindro rotativo de Kolff


Por meados do ano de 1943, Prof. Kolff utilizou pela primeira vez este "Rim Artificial" num paciente com Insuficiência Renal Aguda. Este método de Diálise foi igual ao que fez inicialmente Georg Haas; 0,5 L. de sangue do doente que circulava no dito "Rim Artificial" e de seguida era reinfundido novamente.

O Rim do Prof. Kolff tinha uma inovação: o sistema de propulsão do sangue no circuito (com adaptação de uma bomba de água de um automóvel), permitiu que, pela primeira vez, fosse utilizada num doente a diálise contínua. Puncionava-se uma artéria e uma veia, e o sangue circulava continuamente.

O maior problema era que de cada vez que se fazia este tratamento era necessário uma nova artéria e nova veia. O doente que fez esta experiência viria a falecer no 26º dia após este tratamento.

O ano de 1945 foi o que marcou a sobrevivência do primeiro paciente do "rim artificial" do Prof. Kolff, com uma insuficiência renal aguda, conseguindo alcançar a durabilidade de uma sessão de hemodiálise de 11 horas e recuperando posteriormente a sua função renal. Nesta altura já em todo o Mundo mais ou menos cerca de 20 doentes tinham feito tentativas de diálise.

Prof. Kolff escreveu: "... em casos de insuficiência Renal crônica (irreversível) não há indicação para tratamento pelo rim artificial.".

Nos meados dos anos 50, a hemodiálise ainda era considerada experimental e fazia-se em meia dúzia de hospitais, com resultados duvidosos.

Muitos problemas iniciais subsistiam:
1. O celofane verificou-se ser mais resistente do que o celulose, que era frágil; praticamente nada se conhecia das suas características dialíticas;
2. A heparina não se podia utilizar à vontade;
3. Recentemente o plástico tinha sido introduzido; certas estruturas eram de borracha, metal ou vidro e certas peças eram utilizadas várias vezes, pois não havia a industrialização e a esterilização era deficiente;
4. As estruturas dos dialisadores implicavam volumes grandes para os preencher, que por seu lado obrigava antes de iniciar os tratamentos de enchê-los com sangue de doadores, pois daí acarretavam todos os riscos;
5. Também conhecia-se pouco sobre o que era uma Diálise eficaz e mesmo sobre os principais problemas que diziam respeito à Insuficiência Renal Crônica;
6. O acesso vascular ainda não era permanente.

Foi só em 1960 que Scribner e Quinton descreveram um dos marcos históricos, senão o maior (na altura) no tratamento da Insuficiência Renal Crônica pela hemodiálise: o "SHUNT" artério-venoso externo permanente, que consistia na implantação de duas cânulas de Teflon colocadas numa artéria e numa veia, continuadas por dois tubos Silastic que se ligavam entre si por uma conexão. O Shunt era colocado utilizando artérias periféricas que podiam ser dos membros superiores e inferiores. Este tipo de acesso podia ser temporário ou definitivo.

A partir de então, foi possível fazer os tratamentos múltiplas vezes e também foi possível fazer uma avaliação regular aos mecanismos íntimos da hemodiálise, como também tecnológicos em relação aos dialisadores.

O SHUNT tinha também as suas deficiências, como infecções e coagulações.

Foi só em 1960 que começou o primeiro doente com Insuficiência Renal Crônica a ser tratado em Hemodiálise regular, uma e duas vezes por semana.

Entre 1960 e 1965, desenvolveram-se os dialisadores "COIL" (tubo celofane enrolado em espiral) e do tipo KILL (Placas de Celofane paralelas).

Por volta de 1965, o celofane foi substituído por outro derivado celulósico - o cuprofano - com melhores características de resistência e com capacidade para dialisar as substâncias tóxicas.

Nos finais do ano de 1965, havia na Europa apenas 150 doentes com Insuficiência Renal Crônica (não esquecer que aqui não são referidos os milhares que morreram por falta de tratamento e outros pelo desconhecimento médico à data); os referidos eram aqueles que contabilizados eram já tratados pela hemodiálise regular.

Em 1966, outro grande passo foi dado, CININO e BRESCIA criaram cirurgicamente a fístula artério-venosa interna (FAV), que consiste numa pequena comunicação, inferior a 0,5 cm, direta, entre uma veia e uma artéria. Deste modo, uma quantidade razoável de sangue arterial é desviada para a circulação venosa dessa região. Só existia uma diferença em relação ao Shunt, enquanto esta podia ser usado de imediato, a fístula de Cinino e Brescia precisavam "amadurecer" e só deveriam ser utilizadas uma semana, ou melhor ainda, três a quatro semanas após a sua confecção. 


                                                
     



A partir de então, o desenvolvimento dos conhecimentos e a evolução tecnológica tem sofrido um espantoso desenvolvimento, como a descoberta do Cateter e outros até aos dias de hoje.

                                 

                            História da hemodiálise no Brasil  (Fonte: sonesp)

Desde 1949, ano em que Tito Ribeiro de Almeida, no Hospital das Clínicas de São Paulo, utilizou pela primeira vez no Brasil o “rim artificial” para tratar uma paciente de 27 anos de idade portadora de insuficiência renal, a nefrologia nunca mais foi a mesma. Ao longo das últimas seis décadas, o tratamento dialítico apresentou uma expansão notável no Brasil. O número de pacientes tratados passou de 500, em 1976, para 9 mil, em 1986, cresceu para 32 mil, em 1996, chegando aos 95 mil, em 2008, e a 100 mil, em 2014.


OS 60 ANOS DA HEMODIÁLISE NO BRASIL
(artigo escrito por João Egídio Romão Júnior é professor livre-docente de Nefrologia – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Chefe da Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas FMUSP e da Clínica de Nefrologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.)

Foi há 60 anos! Mais precisamente em 19 de maio de 1949 que o Dr. Tito Ribeiro de Almeida, no Hospital das Clínicas de São Paulo, utilizou pela primeira vez no Brasil o “rim artificial” para tratar uma paciente de 27 anos de idade portadora de insuficiência renal. Usou seu aparelho, construí- do de maneira artesanal, apenas quatro anos após William Kolff realizar seus ensaios pioneiros na Holanda. O rim artificial foi criado por Kolff, na Holanda, por volta de 1944, e era do tipo de tambor rotatório; pouco depois, o canadense Murray desenvolveu um rim em que a membrana ficava parada e o líquido de diálise era agitado. Segundo as palavras do Dr. Tito, esta “foi a primeira literatura sobre o assunto que chegou as minhas mãos e da qual eu copiei e procurei fazer o rim artificial, porque sempre mexi com rim, gostava de rim. Tinha mania de rim”. A descrição de seu aparelho foi feita de maneira bem simples pelo Dr. Tito: “Meu rim era feito com cerca de 30 metros de tubo fino de celofane, enrolado feito serpentina em uma tela de aço inoxidável cilíndrica. Esta tela ficava fixa e mergulhada no líquido dialisador, um líquido o mais fisiológico possível que se podia ter na época. Este líquido tinha sua temperatura mantida por meio de uma resistência. Um motorzinho elétrico movia uma hélice agitadora que mantinha o líquido em movimento e proporcionava condições para manter a uniformidade de difusão através da membrana dialisadora”. E ele prosseguiu: “Esta tela era feita artesanalmente em uma estamparia que trabalhava com aço inoxidável. A gente ia até lá para orientá-los na confecção da tela e na colocação de ganchinhos que seguravam o tubo de celofane enrolado”. Como membrana, “nós usávamos um tubo de celofane estreito e longo. O mesmo que era utilizado na fabricação de salsichas!”. Finalmente, informava que “tudo era feito artesanalmente. Os sais eram pesados e diluídos na água na hora de se fazer a hemodiálise. No tanque, cabiam 40 litros de líquido de diálise, e este tinha que ser trocado a cada duas horas”. Ainda em 1949, foram realizadas diversas sessões de hemodiálise em pacientes com insuficiência renal crônica, tendo como indicação do tratamento dialítico a presença de coma. “Só dialisávamos pacientes que estavam em coma urêmico.” Todos estes doentes faleceram após algumas horas ou dias de tratamento. Em 1º de dezembro de 1949, uma mulher de 47 anos foi a primeira paciente que sobreviveu à hemodiálise. Era um caso de insuficiência renal aguda devido à intoxicação por bicloreto de mercúrio. Submetida a três sessões de hemodiálise, saiu do coma após a terceira hora de tratamento (“nesta diálise inicial, a ureia subiu de 228 para 252mg/dl!”) e teve alta curada. De 1949 a 1954, foram tratados cerca de cem pacientes, quase todos portadores de insuficiência renal aguda (somente os dois primeiros casos foram pacientes crônicos). 


A IMPLANTAÇÃO DA HEMODIÁLISE NO BRASIL
Após esta fase pioneira, já se constata a presença de diversos Serviços de Doenças Renais no país e a natural incorporação tecnológica. Em 1956, são introduzidos os rins artificiais Kolff-Brigham, importados dos Estados Unidos (“tanque de aço”), os primeiros no Rio de Janeiro - Hospital Pedro Ernesto em 04/01/1956 e Hospital dos Servidores do Estado em 05/03/1956 - e em São Paulo - Hospital das Clínicas em 01/11/1956. Em 1968, começaram a ser comercializados no Brasil os rins artificiais Travenol RSP. Até esta época, somente pacientes portadores de insuficiência renal aguda podiam usufruir da terapêutica dialítica. Somente em meados dos anos 1960 é que a hemodiálise passou a ser utilizada para o tratamento de substituição renal de portadores de insuficiência renal crônica (IRC). No Brasil, os trabalhos iniciais foram realizados no Paraná pelo Prof. Adyr Mulinari após treinamento em Seattle-EUA com o Prof. Scribner, pioneiro do shunt arteriovenoso. Segue-se o uso de diálise peritoneal e hemodiálise para tratar portadores de IRC em São Paulo (Prof. Emil Sabbaga, em 1962) e no Rio de Janeiro (Prof. Francisco Santino Filho, em 1963). Posteriormente, são descritas experiências em outros Estados brasileiros. Estes centros localizavam-se principalmente em hospitais universitários e em raros núcleos privados do país. Estava implantada a hemodiálise como modalidade de tratamento de portadores de IRC no Brasil. (JERJ)

As informações abaixo foram obtidas no site da renalclass:

O primeiro rim artificial do modelo Kolff-Brigham a desembarcar no Brasil foi utilizado no Hospital Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, em 1955. No entanto, a primeira sessão de hemodiálise no Brasil foi realizada em maio de 1949 pelo Dr. Tito Ribeiro de Almeida (1913-1998), em São Paulo.

Após tomar conhecimento da técnica utilizada pelo Dr. Murray, no Canadá, que também desenvolvera um rim artificial. O Dr. Tito, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), desenvolveu um modelo semelhante, no qual o cilindro contendo os tubos de celofane era estacionário e colocado em posição vertical, enquanto a solução de troca era agitada (ao contrário do modelo de Kolff).

O desenvolvimento de técnicas para a confecção de acessos vasculares permanentes teve um papel determinante para que fosse iniciada uma nova era no tratamento dos pacientes com insuficiência renal crônica. Até então, somente os pacientes com chances de recuperação da função renal eram submetidos à diálise, através de sucessivas dissecções arteriais.

De 1949 a 1954, foram tratados cerca de cem pacientes. O rim artificial produzido no Brasil foi utilizado até 1954, quando um rim artificial modelo Kolff-Brigham foi importado pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, em 1957.

Em 1972, a empresa multinacional norte-americana Baxter, iniciou suas atividades comerciais no Brasil, no setor de equipamentos de hemodiálise, favorecendo a difusão do tratamento no país.


A CONSOLIDAÇÃO DA HEMODIÁLISE NO BRASIL (Fonte: sonesp)
A terapêutica hemodialítica da insuficiência renal crônica de longa duração foi implantada no país no início dos anos 1970 e passou a se consolidar após 1976, quando os serviços prestados passaram a ser reembolsados pelo governo federal (antigo INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social). Nesse período, a diálise cresceu, integrando-se, assim, ao padrão de prestação de serviços à população previdenciária. Com a criação do Serviço Único de Saúde (SUS), por meio da Constituição Brasileira de 1988, o acesso foi democratizado. Nos anos que se seguiram ao credenciamento dos primeiros centros de diálise, a atividade apresentou uma expansão notável no Brasil, não só no número de pacientes tratados (que passou de 500 em 1976, para 9 mil em 1986, 32 mil em 1996, chegando a 95 mil pacientes em 2008, e 100 mil, em 2014), como também na extensão da oportunidade de acesso a estes tratamentos em todos os Estados brasileiros, chegando a números expressivos, como mais de 650 unidades de diálise. Tais números colocam o programa brasileiro entre os três maiores do mundo, sendo, certamente, o maior programa mundial público de diálise. Ao lado destes números, diversos indicadores mostram a excelência dos serviços e a qualidade do tratamento proporcionado. (JERJ)


Algumas máquinas de diálise utilizadas desde 1943:

                                                                                                           
                                        Primeira máquina de Diálise - 1943: Cilindro rotativo de Kolff



                                                                Máquina de Diálise de Kolff-Brigham: 1948


                                             
                                                                             Máquina de Diálise de cilindro rotativo



                                                                   Rim artificial de Guarino e Guarino: 1952




                                                          Modelo A deMilton-Roy - primeira máquina usada 
                                                                        para hemodiálise noturna em casa: 1964



      
                                                      Rins artificiais capilares (filtros de diálise de fibra oca): 1964 - 1967



                                                     
                                                                          Rim artificial

                                                               
                                                          Ciclador de Diálise Peritoneal de DraKe-Willock: 1970




                                                                  Máquina de Diálise de Cordis Dow Seratron: 1979




                                                                  Máquina de Diálise Cobe Century 2 Rx: 1980


                                                                  Sistema extra-corpóreo de paciente único




Máquinas de hemodiálise antigas usadas no Brasil


                                                                 Máquina de hemodiálise da Fresenius - 2013
                                                                       Primeira máquina que fiz hemodiálise

                                                                
                                                           Máquina de hemodiálise 4008S da Fresenius - 2014 
                                                                     Segunda máquina que fiz hemodiálise


                                               
                                      Máquina de Hemodiálise de hemodiafiltração de alto volume da Fresenius - 2015
                                                              Terceira e atual máquina que faço hemodiálise 


Concluindo, foi só em 1960 que começou o primeiro doente com Insuficiência Renal Crônica (IRC) a ser tratado em Hemodiálise regular, uma e duas vezes por semana.  Em 1966, outro grande passo foi dado, CININO e BRESCIA criaram cirurgicamente a fístula artério-venosa interna (FAV). No Brasil, a terapêutica hemodialítica da insuficiência renal crônica de longa duração foi implantada no país no início dos anos 1970 e passou a se consolidar após 1976, quando os serviços prestados passaram a ser reembolsados pelo governo federal. Então, os pacientes com IRC tratados passou de 500, em 1976; para 9 mil, em 1986; 32 mil, em 1996;  95 mil pacientes, em 2008; chegando a 100 mil, em 2014. Só 55 anos se passaram e a hemodiálise é um tratamento seguro e eficaz. As máquinas e os suprimentos para hemodiálise evoluíram muito e em um período de tempo relativamente curto, o que diminuíram, e muito, a mortalidade durante as sessões de hemodiálise e melhoraram significativamente a qualidade de vida dos pacientes em hemodiálise. Excelente!!!

Porém, o nosso SUS (Sistema Único de Saúde) não reajusta adequadamente a tabela para pagamento de cada sessão de hemodiálise há anos, o que acarreta o fechamento de clínicas e a falta de vagas para pacientes com insuficiência renal crônica. Paralelamente, o número de pacientes com IRC é crescente, especialmente pelo aumento da expectativa de vida. Com a diminuição do número de vagas, os doentes tem que serem levados a centros de hemodiálise distantes de suas residências, o que torna muito custoso, e surge então mais um grave problema de gestão da saúde pública. Temos que pedir/exigir/cobrar dos líderes que nos representam para que intercedam por nós perante o Ministério da Saúde. Este problema tem que ter uma solução rápida, uma vez que nós que temos insuficiência renal crônica (IRC) não sobrevivemos sem o auxílio da máquina de hemodiálise.

Leiam parte das declarações de João Carlos Biernat, que é nefrologista em Porto Alegre (RS) e ex-presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) no site da sonesp: "... como é incrível conseguir tocar programas de hemodiálise recebendo US$ 70 por sessão – às vezes, nem isso, - e tendo que devolver 35% ao governo na forma de leis sociais, impostos e tributos. Sobram US$ 50. Só com muita superação. Mas só superação não basta. A espoliação continuada deteriora relações, desanima e até humilha a ponto de gerar inércia, falta de reação e discernimento com relação ao que acontece. Surgem sonegação de qualidade, manutenção precária, baixos salários, não recolhimento de tributos, endividamento bancário – este, primeiro da empresa e, depois, da pessoa física do nefrologista-sócio. Essa é a adaptação “natural” face à longa privação de recursos. Adaptação a contragosto, pois nenhum nefrologista quer conviver com isso."


A Constituição Brasileira de 1988 assegura que:

"Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação."


Diante deste cenário, qualidade da hemodiálise e pagamento insuficiente, temos que lutar para que o SUS reveja os valores pagos por cada sessão de hemodiálise e assim garanta que todos tenham acesso adequado a este tratamento, que é imprescindível para a manutenção da vida.  


Com carinho,

Helô



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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Queda no número de transplantes em 2015

Olá, amigos!

Infelizmente, segundo a ABTO, o número de transplantes caiu no primeiro semestre de 2015, especialmente pela recusa familiar à doação. 


Confiram abaixo o breve relato da ABTO:


                      



Atualmente, somos quase 50 mil pacientes a espera de um transplante, sendo que metade vai morrer antes de receber um órgão. Não podemos ficar inertes diante desta dura realidade.


Seja um doador e conscientize a sua família!!! DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS. #campanhadoevidadoeórgãos



Com carinho,

Helô


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Primeiro transplante renal completo com cirurgia robótica

Olá, amigos!

Achei muito interessante a matéria sobre o primeiro transplante renal completo com cirurgia robótica realizado em 9 de julho de 2015, em Barcelona, na Espanha. 

A Sociedade Brasileira de Nefrologia traduziu parte do texto original e o publicou em sua página do Facebook, conforme colado abaixo.

      






                         


A nova técnica é menos invasiva e os riscos da cirurgia se reduzem muito. 

Vamos estimular a doação de órgãos, pois já somos quase 50 mil brasileiros na fila de transplante, e exigir que a captação de órgãos seja menos burocrática e, portanto, mais ágil. DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS.   
#campanhadoevidadoeórgãos


Com carinho,

Helô




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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Doação de órgãos

Olá, amigos!

No Brasil, nós somos quase 50 mil pacientes na fila por um transplante de órgão. Porém, ainda são inúmeras as dificuldades e a burocracia da doação de órgãos.


    


No último dia 31 de julho de 2015, pudemos ouvir o comovente e sereno depoimento da Sra. Doraci Ferreira, enfermeira, que mora em Ribeirão Preto, SP. O filho dela de 24 anos sofreu um acidente em Divinópolis, MG, e teve morte cerebral. Ela e sua família resolveram doar os seus órgãos e depararam-se com uma burocracia desumana neste momento tão difícil e doloroso. Apesar desta nobre e generosa atitude, a família ainda teve que pagar 10 mil reais para transportar o seu filho de ambulância de Divinópolis para Ribeirão Preto, cidade onde mora e onde queria enterrá-lo. Absurdo!!! Que país é este? Quanto vale a vida das 7 pessoas beneficiadas pelos órgãos deste jovem? Como estimular a doação de órgãos diante da dificuldade da coleta? Se analisarmos apenas o custo para o Ministério da Saúde da manutenção desses pacientes em tratamento e beneficiados pelos órgãos do jovem doador, já valeria à pena tê-lo transportado de avião, helicóptero ou qualquer outro meio, mas sempre às custas do Ministério da Saúde. É o mínimo que deveria ter sido feito pela família do doador. Assistam o depoimento a Sra. Doralice no link abaixo:



Em 16 de julho de 2015, eu iniciei uma solitária campanha intitulada: Doe vida, Doe órgãos. #campanhadoevidadoeórgãos. Mas, com o depoimento como o da sra. Doralice, que é apenas um que foi publicado e com certeza reflete o que acontece com inúmeras famílias de doadores no Brasil a fora, temos que exigir a eficiência, humanização e rapidez na captação de órgãos. Quem será que poderia abraçar esta causa e nos ajudar nesta luta pela vida?

Eu faço hemodiálise há 2 anos e 2 meses e sei que o SUS paga 270 reais por sessão. Como, em regra, temos que fazer 3 sessões semanais, o custo mensal só com as sessões é 3240 reais. Digo só com as sessões, pois temos que fazer exames periódicos, recebemos vários remédios caros, recebemos auxílio-doença, serviços de transporte gratuito e outros, sem contar as caras internações decorrentes de complicações. Cadê a gestão nos Órgãos Públicos?

Agradeço, em nome dos receptores, à Sra. Doralice e à sua família. Que Deus os abençoe!!!

Com carinho,

Helô


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sábado, 25 de julho de 2015

Testemunhos de vida

Olá, amigos!

Estou acompanhando a recuperação e a VIDA de dois amigos transplantados que conheci na clínica de hemodiálise. 

Um deles chama-se Júlio. Tem 68 anos. Foi transplantado em novembro de 2013 e está ótimo. Ele fez hemodiálise durante 4 anos, recebeu um rim e o perdeu após 2 anos. Fez novamente hemodiálise por mais quase 7 anos, recebeu um 2º rim e está vivendo muito bem.

A outra chama-se Bruna. Ela tem 26 anos. Foi transplantada em 9 de julho de 2015. Ela fez femodiálise por 2 anos e recebeu um rim e um fígado de uma menina de 20 anos, que teve morte encefálica. Hoje, 25 de julho de 2015, ela já está urinando bem e não precisa mais fazer hemodiálise. Ela ainda está internada, mas se recuperando muito bem. Há poucos minutos, ela publicou o testemunho de uma outra pessoa que foi beneficiada pelo recebimento de um órgão e me pediu para que eu publicasse aqui no meu blog e é o que estou fazendo:



                



             



Além disso, ela publicou na página do meu Blog Hemodiário, no Facebook, www.facebook.com.br/BlogHemodiario, o seu testemunho, em 16/7/2015, após 1 semana de ter recebido um transplante duplo (MUITO GENEROSA):


"Gente, experiência própria, tenho 26 anos e a 2 faço hemodiálise, com a bênção de Deus fui agraciada por uma família consciente a qual dou o fígado e o rim, gente minha vida mudou, renasci.....
Por favor, Concientizem-se doe vidas, eu entendo que a decisão é difícil por ser um ente-querido mas pensem que um dia vcs também podem precisar.... O órgão doado é uma vida salva, pensem nisso, por favor...."



                           
    

Como iniciei a campanha DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS, em 16/7/2015, a gentil Maria Tereza Papa fez um testemunho como doadora e me autorizou a publicação:

"Há mais ou menos 16 anos doei meu rim para meu cunhado, irmão de meu marido. Ele tinha uma doença autoimune que parou seus rins. Meu rim era compatível com ele e posso dizer para vcs que foi com muita alegria que o fiz. Que máximo vc ver a pessoa se livrar da hemodiálise! Que alegria senti quando voltei da cirurgia e soube que ele estava muito bem. Apesar de eu não ser parente de sangue, tudo correu muito bem. Hoje ele ja é falecido porque sua doença paralisou ou outros órgãos, porém viveu bons anos muito bem e nunca teve rejeição. Quanto a mim, nunca tive nenhum problema em viver com um rim só. Estou ótima e nunca me fez falta. Posso dizer que fui abençoada por ter a oportunidade de fazer isso por ele. Me fez muito feliz! Doem órgãos, avisem suas famílias, e se puderem ajudar alguém façam pq é muito bom!" 



Sem palavras...


Vamos abraçar está campanha para conscientizarmos as famílias a serem doadoras de órgãos e de VIDAS: DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS

#campanhadoevidadoeórgãos
#rumoaos20doadorespormilhão


Com carinho,

Helô



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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Transformar sonhos em realidade

Olá, amigos!

Vamos conscientizar as pessoas e as suas famílias a serem doadores de órgãos e transformarem sonhos em realidade.

                       


Divulguem a campanha: DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS.

#campanhadoevidadoeórgãos 
#rumoaos20doadorespormilhão


Com carinho,
Helô



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terça-feira, 21 de julho de 2015

Cuidados com a fístula

Olá, amigos!

Hoje vou postar as orientações dadas pela minha clínica sobre os cuidados com a fístula. Vamos lá!

                  


Um fácil acesso à sua corrente sanguínea é essencial para que o sangue possa circular até o dialisador e para que retorne ao corpo. A fístula arteriovenosa usada para a diálise é uma ligação entre uma artéria é uma veia, feita através de uma pequena cirurgia. Quando bem cuidada, a sua fístula pode durar anos! Veja aqui alguns cuidados especiais que você deve ter:

1) Mantenha o braço da fístula bem limpo, lavando sempre com água e sabão, especialmente antes das sessões de hemodiálise. Isso evita infecções que podem inutilizar a fístula. Qualquer sinal de inchaço e/ou vermelhidão deve ser comunicado imediatamente ao médico e aos enfermeiros.


                      
  
2) Faça exercícios com a mão e o braço onde está localizada a fístula, pois os músculos do braço ajudam no desenvolvimento das veias da fístula. Pode-se apertar uma pequena bola de borracha com força e repetidamente. Faça esse exercício várias vezes ao dia.

3) Evite carregar pesos ou dormir sobre o braço onde está a fístula, pois a pressão sobre ela pode interromper seu fluxo de sangue e provocar a formação de trombos, com consequente perda ao acesso. Do mesmo modo, não permita às verificações de pressão no braço onde está localizada a fístula, nem use garrotes ou faixas apertadas.

4) Não permita a retirada de sangue ou o uso de medicamentos nas veias do braço da fístula, a não ser que seja uma urgência ou um procedimento autorizado por médico. As retiradas de sangue podem traumatizar o local.

5) Hematomas (manchas roxas) após uma punção podem acontecer mesmo quando se usa todo cuidado é técnica necessária. Neste caso, use compressas de gelo no dia e água morna nos dias seguintes e siga outras recomendações médicas ou da enfermagem.

A minha fístula foi feita em 19/3/2013 e iniciei as sessões de hemodiálise em 8/5/2013. Recebi todas essas orientações e as segui corretamente. Hoje, 21/7/2015, após 2 anos e 4 meses da feitura da fístula e 2 anos e 2 meses de uso, ela está ótima. A técnica utilizada para acesso à máquina de hemodiálise foi a "buttonhole" ou túnel. Acabei de tirar uma foto do meu braço e a estou colando abaixo:


                     
     

Eu aguardo ansiosamente um transplante renal e enquanto isso sigo todas as orientações médicas e de enfermagem para ter a melhor qualidade de vida.

Seja um doador de órgãos e salve vidas! Vamos atingir a meta de 20 doadores por milhão de habitantes. Compartilhem esta campanha: DOE VIDA, DOE ÓRGÃOS.

#campanhadoevidadoeórgãos

#rumoaos20doadorespormilhão


Com carinho,
Helô




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