sábado, 10 de maio de 2014

Um ano de hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje, 8 de maio de 2014, completo 1 ano de hemodiálise. Nesse tempo, foram 156 sessões.



Há uma citação famosa que eu sempre ouvi. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las.

Eu sei que uma dessas segundas chances que eu recebi foi a de fazer hemodiálise numa clínica de tanta qualidade e competência. Eu agarrei esta chance e acertei.

Eu tenho uma doença genética chamada rins policísticos, que é a quarta causa que leva a insuficiência renal. Esta foi diagnosticada em 1980, quando eu tinha 19 anos.Sabia, desde então, que um dia eu iria fazer hemodiálise ou um transplante renal. Mesmo assim, quando, em fevereiro de 2013, o meu nefrologista me informou que eu teria que iniciar a hemodiálise ou conseguir um doador de rim vivo, eu fiquei desesperada. Sabia muito pouco sobre hemodiálise, apesar da minha querida e falecida mãe, Lila, ter feito em 1995/1996. Lembro-me apenas da minha mãe ter sofrido muito com o acesso (fístula) e ter ficado muito debilitada.

Uma semana depois da notícia, eu resolvi enfrentar. Levantei a cabeça e fui procurar um ótimo médico para fazer a minha fístula. Em 19 de março de 2013, fiz a fístula. Neste momento eu pensei, vou cuidar desta fístula muito bem para não ter problema de acesso. E assim o fiz até hoje. Ela está ótima e isto facilita a minha vida.

No final de março de 2013, eu fui conhecer a clínica e confesso que não gostei. Porém, o meu nefrologista insistiu que esta era uma das melhores clínicas do Brasil, apesar de não ser bonita. Mais uma vez, eu enfrentei a situação, engoli o choro e comecei a fazer hemodiálise em 8 de maio de 2013. Foi muito difícil!

No primeiro dia, eu fiquei numa sala que tinham nove pacientes. Na minha frente e ao meu lado tinham dois pacientes que estavam muito debilitados. Eles vomitavam, tinham câimbras e hipotensão. Pensei, meu Deus, por quê estou vivendo este inferno? Fiquei atenta e assustada a sessão toda.

Meu querido e adorado marido, Laerte, foi me buscar e eu estava angustiada e assustada. Cheguei em casa com o braço roxo e muito doído, pois só conseguiram pegar os meus dois acessos na terceira tentativa. Fiquei me lembrando do estado dos pacientes e afirmei para mim mesmo que eu não iria ficar assim. Foi neste momento que eu resolvi que iria estudar sobre hemodiálise e fazer este blog. Além disso, os meus queridos e dedicados filhos, Laerte e Fernanda, baixaram séries e músicas no meu iPad para eu me entreter durante as sessões de hemodiálise. Assim eu fui me distraindo e me acostumando. 
   
A enfermeira-chefe, Rosanna, resolveu fazer uma técnica chamada buttonhole (túnel) no meu braço e assim a mesma técnica de enfermagem puncionaria nos mesmos dois locais durante por volta de 10 vezes até formar uma espécie de túnel. Daí em diante, uma agulha sem corte (Romba) passaria a ser utilizada. Os meus túneis estão ótimos após 1 ano.

Após 1 mês do início da hemodiálise, a médica me transferiu para uma outra sala, na qual eram apenas 4 pacientes. Sentei ao lado de um paciente chamado Júlio, que era muito culto e espirituoso. Conversávamos e ríamos muito. O tempo passava rápido e suave. Ele foi agraciado com um transplante renal em 4 de novembro de 2013 e está muito bem. A técnica de enfermagem Léo é muito boa e agradável, o que também ajuda, e muito, que as 4 horas passem rápido.

Hoje, após um ano, estou adaptada e tenho uma boa qualidade de vida. Claro que cumpro todas as orientações médicas.



Esse foi um difícil ano, com muitas mudanças e limitações, mas foi o ano que mais me senti querida e amada. Meu marido Laerte e meus filhos, Laerte e Fernanda, foram incansáveis e dedicados ao extremo, sempre se revezando para que eu nunca ficasse sozinha. As minhas amigas foram mais do que irmãs, sempre me dando carona, fazendo companhia, me telefonando diariamente, me dando lembrancinhas (terços, água benta, medalhinhas...) para me proteger, me fazendo visitas e todo tipo de carinho possível. Claro que eu não poderia me esquecer da minha querida cunhada Stael por tanta delicadeza e atenção. Agradeço, ainda,a toda equipe da minha clínica, em especial a Léo, Nair, Celma e Rosanna. Por fim, agradeço a todos que me enviaram mensagens de força e torcida no facebook, foram todas muito importantes e especiais.Eu realmente não tenho palavras para agradecer a todos vocês, mas só posso dizer que vocês alegraram a minha vida e o meu coração.

Em todos os meus posts, eu procuro sempre colocar informações úteis para aqueles que fazem hemodiálise nos lugares mais ermos e sem tantas condições como as da minha ótima clínica na cidade de São Paulo. De modo que neste, eu vou postar uma amadora filmagem de como eu sou ligada e desligada da máquina de hemodiálise. Ficou interessante!

Ligando à máquina

  

"Devemos encontrar tempo para parar e agradecer as pessoas que fazem diferença em nossas vidas." (John F. Kennedy)

Com carinho,

Helô




OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo fechado no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!







quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um ano de hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje, 8 de maio de 2014, completo 1 ano de hemodiálise. Nesse tempo, foram 156 sessões.





Há uma citação famosa que eu sempre ouvi. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las.

Eu sei que uma dessas segundas chances que eu recebi foi a de fazer hemodiálise numa clínica de tanta qualidade e competência. Eu agarrei esta chance e acertei.

Eu tenho uma doença genética chamada rins policísticos, que é a quarta causa que leva a insuficiência renal. Esta foi diagnosticada em 1980, quando eu tinha 19 anos.Sabia, desde então, que um dia eu iria fazer hemodiálise ou um transplante renal. Mesmo assim, quando, em fevereiro de 2013, o meu nefrologista me informou que eu teria que iniciar a hemodiálise ou conseguir um doador de rim vivo, eu fiquei desesperada. Sabia muito pouco sobre hemodiálise, apesar da minha querida e falecida mãe, Lila, ter feito em 1995/1996. Lembro-me apenas da minha mãe ter sofrido muito com o acesso (fístula) e ter ficado muito debilitada.

Uma semana depois da notícia, eu resolvi enfrentar. Levantei a cabeça e fui procurar um ótimo médico para fazer a minha fístula. Em 19 de março de 2013, fiz a fístula. Neste momento eu pensei, vou cuidar desta fístula muito bem para não ter problema de acesso. E assim o fiz até hoje. Ela está ótima e isto facilita a minha vida.

No final de março de 2013, eu fui conhecer a clínica e confesso que não gostei. Porém, o meu nefrologista insistiu que esta era uma das melhores clínicas do Brasil, apesar de não ser bonita. Mais uma vez, eu enfrentei a situação, engoli o choro e comecei a fazer hemodiálise em 8 de maio de 2013. Foi muito difícil!

No primeiro dia, eu fiquei numa sala que tinham nove pacientes. Na minha frente e ao meu lado tinham dois pacientes que estavam muito debilitados. Eles vomitavam, tinham câimbras e hipotensão. Pensei, meu Deus, por quê estou vivendo este inferno? Fiquei atenta e assustada a sessão toda.

Meu querido e adorado marido, Laerte, foi me buscar e eu estava angustiada e assustada. Cheguei em casa com o braço roxo e muito doído, pois só conseguiram pegar os meus dois acessos na terceira tentativa. Fiquei me lembrando do estado dos pacientes e afirmei para mim mesmo que eu não iria ficar assim. Foi neste momento que eu resolvi que iria estudar sobre hemodiálise e fazer este blog. Além disso, os meus queridos e dedicados filhos, Laerte e Fernanda, baixaram séries e músicas no meu iPad para eu me entreter durante as sessões de hemodiálise. Assim eu fui me distraindo e me acostumando. 
   
A enfermeira-chefe, Rosanna, resolveu fazer uma técnica chamada buttonhole (túnel) no meu braço e assim a mesma técnica de enfermagem puncionaria nos mesmos dois locais durante por volta de 10 vezes até formar uma espécie de túnel. Daí em diante, uma agulha sem corte (Romba) passaria a ser utilizada. Os meus túneis estão ótimos após 1 ano.

Após 1 mês do início da hemodiálise, a médica me transferiu para uma outra sala, na qual eram apenas 4 pacientes. Sentei ao lado de um paciente chamado Júlio, que era muito culto e espirituoso. Conversávamos e ríamos muito. O tempo passava rápido e suave. Ele foi agraciado com um transplante renal em 4 de novembro de 2013 e está muito bem. A técnica de enfermagem Léo é muito boa e agradável, o que também ajuda, e muito, que as 4 horas passem rápido.

Hoje, após um ano, estou adaptada e tenho uma boa qualidade de vida. Claro que cumpro todas as orientações médicas.



Esse foi um difícil ano, com muitas mudanças e limitações, mas foi o ano que mais me senti querida e amada. Meu marido Laerte e meus filhos, Laerte e Fernanda, foram incansáveis e dedicados ao extremo, sempre se revezando para que eu nunca ficasse sozinha. As minhas amigas foram mais do que irmãs, sempre me dando carona, fazendo companhia, me telefonando diariamente, me dando lembrancinhas (terços, água benta, medalhinhas...) para me proteger, me fazendo visitas e todo tipo de carinho possível. Claro que eu não poderia me esquecer da minha querida cunhada Stael por tanta delicadeza e atenção. Agradeço, ainda,a toda equipe da minha clínica, em especial a Léo, Nair, Celma e Rosanna. Por fim, agradeço a todos que me enviaram mensagens de força e torcida no facebook, foram todas muito importantes e especiais.Eu realmente não tenho palavras para agradecer a todos vocês, mas só posso dizer que vocês alegraram a minha vida e o meu coração.

Em todos os meus posts, eu procuro sempre colocar informações úteis para aqueles que fazem hemodiálise nos lugares mais ermos e sem tantas condições como as da minha ótima clínica na cidade de São Paulo. De modo que neste, eu vou postar uma amadora filmagem de como eu sou ligada e desligada da máquina de hemodiálise. Ficou interessante!

Ligando à máquina

  

"Devemos encontrar tempo para parar e agradecer as pessoas que fazem diferença em nossas vidas." (John F. Kennedy)

Com carinho,

Helô




OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo fechado no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!