segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Cuidado com o Potássio

Olá, amigos!

O Natal é uma época maravilhosa. Várias comemorações ocorrem e sempre com muita comida e bebida.  De modo que, nós, que temos insuficiência renal, temos que ficar atentos aos alimentos com elevada quantidade de potássio. 

Nós que fazemos hemodiálise temos que lembrar sempre que a máquina, que filtra o nosso sangue, substituindo os rins doentes, funciona em regra 12 horas por semana em contrapartida aos rins saudáveis que filtram o sangue 144 horas por semana. Esta proporção de filtragem de 12 para 144 horas nos mostra claramente os cuidados com a alimentação que temos que ter.

Infelizmente, um querido paciente da minha clínica de hemodiálise abusou dos alimentos com potássio, sentiu muitas dores no peito e deu entrada no hospital com uma taxa de 9 mEq/l. A taxa normal é entre 3,5 e 5,5. O seu coração não aguentou, parou de bater e ele faleceu. Ficamos muito tristes.

Eu resolvi, então, pesquisar os alimentos com maior quantidade de potássio para que possamos ingeri-los com consciência e moderação. São eles, conforme nutricionistas:

1. Batata (média) – 952 miligramas de potássio
2. Molho de tomate (1 xícara) – 811 mg
3. Feijão branco (1/2 xícara) – 595mg
4. Batata doce (média) – 542 mg
5. Abacate (metade) – 507 mg
6. Leite de cabra (1 xícara) – 498 mg
7. Soja (1/2 xícara) – 485 mg
8. Beterraba (1 xícara/ralada) – 442 mg
9. Damasco (1 xícara/fatiado) – 427 mg
10. Tomate (1 xícara/ fatiado) – 427 mg
11. Banana prata (média) – 422

Fiquei muito surpresa da banana estar em 11º lugar!


                                                                       Batata

O nível recomendado de ingestão de potássio para um adulto saudável é 4.800 mg por dia e ao adulto com insuficiência renal, em tratamento dialítico, a ingestão de um máximo de 1.200 mg.

Procure saber qual é o nível do teu potássio e faça um bom controle para que ele fique sempre abaixo dos 5,5 mEq por litro de sangue, evitando assim que o ritmo cardíaco torna-se anormal e o coração deixe de bater.

Vamos lá!!!

Com carinho,
Helô


OBS: Visitem a minha página do Facebook chamada Blog Hemodiário  (https://www.facebook.com/BlogHemodiario) e a do Instagram com o nome de blog_hemodiario. Até lá! 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Desabafo

Olá, amigos!

Hoje, 25 de novembro de 2014, a exato um mês do Natal, eu acordei muito cansada da minha vida com hemodiálise.


                                                                    Mulher triste


Acordei triste, cansada e com muitas dores. Dói o braço direito (região das punções), dói a região lombar, dói a região dos ouvidos e o corpo todo. Foram 242 sessões de hemodiálise em 18 meses de tratamento. A falta de previsão de um transplante e a prisão que a máquina nos impõe causa um desânimo sem fim.

Eu sou ariana e tenho muita sorte de ter um gênio bom, ser otimista e alegre. Enfrento todos os problemas da vida com fé e bom humor. Porém, hoje estou muito cansada. Realmente, fazer hemodiálise é um sofrimento.

Fazer hemodiálise significa ter a obrigação de comparecer na clínica por 3 vezes na semana e ficar ligada à máquina durante 4 horas. Ficar numa sala com pessoas que não escolhi, ter que compartilhar os meus sentimentos e ser testemunha dos sentimentos delas. É um calvário e um aprendizado inigualável.

Enfrento com leveza os meus problemas, mas sou humana e hoje me sinto muito cansada de tudo isso.

Claro que sou grata pela existência dessa máquina que me faz sobreviver. Digo sobreviver e não viver, pois a minha vida é muito limitada: a pressão arterial fica instável; o peso seco é difícil de ser calculado (como não urino mais, o médico tem que calcular o peso sem o líquido acumulado para que este excesso seja eliminado pela máquina em cada sessão, este é chamado de peso seco); a ingestão de líquido é muito limitada; há muita restrição alimentar; a quantidade de medicamentos prescrita é grande; todos os meses o resultado dos exames varia e os medicamentos são adequados; o ânimo e a disposição para viver o dia-a-dia é bem reduzido. Tudo isso é facilmente justificado, uma vez que a máquina de hemodiálise filtra o nosso sangue durante 12 horas semanais enquanto os rins filtravam
durante 168 horas. Impossível nos sentirmos muito bem com tantas impurezas no nosso sangue.

Eu tive uma mãe maravilhosa, mas muito indisciplinada com a sua saúde. Ela sofreu muito e faleceu aos 63 anos. Presenciando esse sofrimento, eu resolvi ser disciplinada para sofrer o mínimo possível. Não abuso da comida e nem da bebida. Sigo as orientações médicas e nutricionais. Faço a minha parte e quase não sofro as consequências desses abusos durante a hemodiálise, como câimbras, dor de cabeça e alteração significativa da pressão, além de não precisar fazer sessão extra para retirar o potássio ou o excesso de líquido. Na minha clínica, o máximo do excesso de líquido que pode ser retirado por sessão é 4,5 litros, desde que o paciente aguente (pressão arterial fique em níveis aceitáveis).

Sonho com um transplante renal e este sonho é a saúde da minha mente. Sei que o transplante é um tratamento e não uma cura, mas ele significa a minha libertação da máquina de hemodiálise. Liberdade para viajar, liberdade para ingerir mais de 500 ml de líquido, liberdade para trabalhar por 5 dias na semana, liberdade para ficar doente e acamada por alguns dias, liberdade para ter férias, liberdade de toda a família e amigos do estresse que a sessão de hemodiálise significa, enfim, liberdade da dependência de uma máquina.


                                     
                                                                  Liberdade


Depois de todo este sincero desabafo, só posso dizer que tenho muita fé e acredito que o dia do meu transplante chegará e eu voltarei a viver intensamente.

"A liberdade é a única riqueza, porque do resto somos ao mesmo tempo amos e escravos." (William Hazlitt)


Com carinho,

Helô





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sábado, 10 de maio de 2014

Um ano de hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje, 8 de maio de 2014, completo 1 ano de hemodiálise. Nesse tempo, foram 156 sessões.



Há uma citação famosa que eu sempre ouvi. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las.

Eu sei que uma dessas segundas chances que eu recebi foi a de fazer hemodiálise numa clínica de tanta qualidade e competência. Eu agarrei esta chance e acertei.

Eu tenho uma doença genética chamada rins policísticos, que é a quarta causa que leva a insuficiência renal. Esta foi diagnosticada em 1980, quando eu tinha 19 anos.Sabia, desde então, que um dia eu iria fazer hemodiálise ou um transplante renal. Mesmo assim, quando, em fevereiro de 2013, o meu nefrologista me informou que eu teria que iniciar a hemodiálise ou conseguir um doador de rim vivo, eu fiquei desesperada. Sabia muito pouco sobre hemodiálise, apesar da minha querida e falecida mãe, Lila, ter feito em 1995/1996. Lembro-me apenas da minha mãe ter sofrido muito com o acesso (fístula) e ter ficado muito debilitada.

Uma semana depois da notícia, eu resolvi enfrentar. Levantei a cabeça e fui procurar um ótimo médico para fazer a minha fístula. Em 19 de março de 2013, fiz a fístula. Neste momento eu pensei, vou cuidar desta fístula muito bem para não ter problema de acesso. E assim o fiz até hoje. Ela está ótima e isto facilita a minha vida.

No final de março de 2013, eu fui conhecer a clínica e confesso que não gostei. Porém, o meu nefrologista insistiu que esta era uma das melhores clínicas do Brasil, apesar de não ser bonita. Mais uma vez, eu enfrentei a situação, engoli o choro e comecei a fazer hemodiálise em 8 de maio de 2013. Foi muito difícil!

No primeiro dia, eu fiquei numa sala que tinham nove pacientes. Na minha frente e ao meu lado tinham dois pacientes que estavam muito debilitados. Eles vomitavam, tinham câimbras e hipotensão. Pensei, meu Deus, por quê estou vivendo este inferno? Fiquei atenta e assustada a sessão toda.

Meu querido e adorado marido, Laerte, foi me buscar e eu estava angustiada e assustada. Cheguei em casa com o braço roxo e muito doído, pois só conseguiram pegar os meus dois acessos na terceira tentativa. Fiquei me lembrando do estado dos pacientes e afirmei para mim mesmo que eu não iria ficar assim. Foi neste momento que eu resolvi que iria estudar sobre hemodiálise e fazer este blog. Além disso, os meus queridos e dedicados filhos, Laerte e Fernanda, baixaram séries e músicas no meu iPad para eu me entreter durante as sessões de hemodiálise. Assim eu fui me distraindo e me acostumando. 
   
A enfermeira-chefe, Rosanna, resolveu fazer uma técnica chamada buttonhole (túnel) no meu braço e assim a mesma técnica de enfermagem puncionaria nos mesmos dois locais durante por volta de 10 vezes até formar uma espécie de túnel. Daí em diante, uma agulha sem corte (Romba) passaria a ser utilizada. Os meus túneis estão ótimos após 1 ano.

Após 1 mês do início da hemodiálise, a médica me transferiu para uma outra sala, na qual eram apenas 4 pacientes. Sentei ao lado de um paciente chamado Júlio, que era muito culto e espirituoso. Conversávamos e ríamos muito. O tempo passava rápido e suave. Ele foi agraciado com um transplante renal em 4 de novembro de 2013 e está muito bem. A técnica de enfermagem Léo é muito boa e agradável, o que também ajuda, e muito, que as 4 horas passem rápido.

Hoje, após um ano, estou adaptada e tenho uma boa qualidade de vida. Claro que cumpro todas as orientações médicas.



Esse foi um difícil ano, com muitas mudanças e limitações, mas foi o ano que mais me senti querida e amada. Meu marido Laerte e meus filhos, Laerte e Fernanda, foram incansáveis e dedicados ao extremo, sempre se revezando para que eu nunca ficasse sozinha. As minhas amigas foram mais do que irmãs, sempre me dando carona, fazendo companhia, me telefonando diariamente, me dando lembrancinhas (terços, água benta, medalhinhas...) para me proteger, me fazendo visitas e todo tipo de carinho possível. Claro que eu não poderia me esquecer da minha querida cunhada Stael por tanta delicadeza e atenção. Agradeço, ainda,a toda equipe da minha clínica, em especial a Léo, Nair, Celma e Rosanna. Por fim, agradeço a todos que me enviaram mensagens de força e torcida no facebook, foram todas muito importantes e especiais.Eu realmente não tenho palavras para agradecer a todos vocês, mas só posso dizer que vocês alegraram a minha vida e o meu coração.

Em todos os meus posts, eu procuro sempre colocar informações úteis para aqueles que fazem hemodiálise nos lugares mais ermos e sem tantas condições como as da minha ótima clínica na cidade de São Paulo. De modo que neste, eu vou postar uma amadora filmagem de como eu sou ligada e desligada da máquina de hemodiálise. Ficou interessante!

Ligando à máquina

  

"Devemos encontrar tempo para parar e agradecer as pessoas que fazem diferença em nossas vidas." (John F. Kennedy)

Com carinho,

Helô




OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo fechado no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!







quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um ano de hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje, 8 de maio de 2014, completo 1 ano de hemodiálise. Nesse tempo, foram 156 sessões.





Há uma citação famosa que eu sempre ouvi. Ela diz que recebemos segundas chances a cada dia de nossas vidas. Elas estão ali para serem agarradas, só que não costumamos agarrá-las.

Eu sei que uma dessas segundas chances que eu recebi foi a de fazer hemodiálise numa clínica de tanta qualidade e competência. Eu agarrei esta chance e acertei.

Eu tenho uma doença genética chamada rins policísticos, que é a quarta causa que leva a insuficiência renal. Esta foi diagnosticada em 1980, quando eu tinha 19 anos.Sabia, desde então, que um dia eu iria fazer hemodiálise ou um transplante renal. Mesmo assim, quando, em fevereiro de 2013, o meu nefrologista me informou que eu teria que iniciar a hemodiálise ou conseguir um doador de rim vivo, eu fiquei desesperada. Sabia muito pouco sobre hemodiálise, apesar da minha querida e falecida mãe, Lila, ter feito em 1995/1996. Lembro-me apenas da minha mãe ter sofrido muito com o acesso (fístula) e ter ficado muito debilitada.

Uma semana depois da notícia, eu resolvi enfrentar. Levantei a cabeça e fui procurar um ótimo médico para fazer a minha fístula. Em 19 de março de 2013, fiz a fístula. Neste momento eu pensei, vou cuidar desta fístula muito bem para não ter problema de acesso. E assim o fiz até hoje. Ela está ótima e isto facilita a minha vida.

No final de março de 2013, eu fui conhecer a clínica e confesso que não gostei. Porém, o meu nefrologista insistiu que esta era uma das melhores clínicas do Brasil, apesar de não ser bonita. Mais uma vez, eu enfrentei a situação, engoli o choro e comecei a fazer hemodiálise em 8 de maio de 2013. Foi muito difícil!

No primeiro dia, eu fiquei numa sala que tinham nove pacientes. Na minha frente e ao meu lado tinham dois pacientes que estavam muito debilitados. Eles vomitavam, tinham câimbras e hipotensão. Pensei, meu Deus, por quê estou vivendo este inferno? Fiquei atenta e assustada a sessão toda.

Meu querido e adorado marido, Laerte, foi me buscar e eu estava angustiada e assustada. Cheguei em casa com o braço roxo e muito doído, pois só conseguiram pegar os meus dois acessos na terceira tentativa. Fiquei me lembrando do estado dos pacientes e afirmei para mim mesmo que eu não iria ficar assim. Foi neste momento que eu resolvi que iria estudar sobre hemodiálise e fazer este blog. Além disso, os meus queridos e dedicados filhos, Laerte e Fernanda, baixaram séries e músicas no meu iPad para eu me entreter durante as sessões de hemodiálise. Assim eu fui me distraindo e me acostumando. 
   
A enfermeira-chefe, Rosanna, resolveu fazer uma técnica chamada buttonhole (túnel) no meu braço e assim a mesma técnica de enfermagem puncionaria nos mesmos dois locais durante por volta de 10 vezes até formar uma espécie de túnel. Daí em diante, uma agulha sem corte (Romba) passaria a ser utilizada. Os meus túneis estão ótimos após 1 ano.

Após 1 mês do início da hemodiálise, a médica me transferiu para uma outra sala, na qual eram apenas 4 pacientes. Sentei ao lado de um paciente chamado Júlio, que era muito culto e espirituoso. Conversávamos e ríamos muito. O tempo passava rápido e suave. Ele foi agraciado com um transplante renal em 4 de novembro de 2013 e está muito bem. A técnica de enfermagem Léo é muito boa e agradável, o que também ajuda, e muito, que as 4 horas passem rápido.

Hoje, após um ano, estou adaptada e tenho uma boa qualidade de vida. Claro que cumpro todas as orientações médicas.



Esse foi um difícil ano, com muitas mudanças e limitações, mas foi o ano que mais me senti querida e amada. Meu marido Laerte e meus filhos, Laerte e Fernanda, foram incansáveis e dedicados ao extremo, sempre se revezando para que eu nunca ficasse sozinha. As minhas amigas foram mais do que irmãs, sempre me dando carona, fazendo companhia, me telefonando diariamente, me dando lembrancinhas (terços, água benta, medalhinhas...) para me proteger, me fazendo visitas e todo tipo de carinho possível. Claro que eu não poderia me esquecer da minha querida cunhada Stael por tanta delicadeza e atenção. Agradeço, ainda,a toda equipe da minha clínica, em especial a Léo, Nair, Celma e Rosanna. Por fim, agradeço a todos que me enviaram mensagens de força e torcida no facebook, foram todas muito importantes e especiais.Eu realmente não tenho palavras para agradecer a todos vocês, mas só posso dizer que vocês alegraram a minha vida e o meu coração.

Em todos os meus posts, eu procuro sempre colocar informações úteis para aqueles que fazem hemodiálise nos lugares mais ermos e sem tantas condições como as da minha ótima clínica na cidade de São Paulo. De modo que neste, eu vou postar uma amadora filmagem de como eu sou ligada e desligada da máquina de hemodiálise. Ficou interessante!

Ligando à máquina

  

"Devemos encontrar tempo para parar e agradecer as pessoas que fazem diferença em nossas vidas." (John F. Kennedy)

Com carinho,

Helô




OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo fechado no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!

quinta-feira, 6 de março de 2014

HemoFamília #15 - Vontade de Deus

Olá, amigos!


Agora vou falar-lhes sobre o mês de fevereiro de 2014 na Clínica Maldivas. Escolhi este nome fictício da minha clínica, porque, se Deus quiser, farei um transplante renal e irei conhecer esta ilha paradisíaca. Os demais nomes também são fictícios e inspirados em nomes bíblicos, pois a fé passa a ser o nosso norte.

Os aproximados 30 pacientes que fazem hemodiálise no meu turno, mais alguns de outros turnos, mais os médicos, as enfermeiras, os técnicos de enfermagem, o pessoal da limpeza, o repositor de material, o técnico das máquinas, as recepcionistas e outros, acabam formando uma família, na qual todos acompanham os problemas uns dos outros, compartilham seus sofrimentos, torcem pela recuperação alheia, alegram-se quando alguém faz transplante e sofrem quando alguém falece. É difícil de explicar, mas a habitualidade da convivência com pessoas tão diferentes em situações bem parecidas, nos tornam familiares e isso é muito bom e confortante.
                                                                  

                                                         fonte: Psiconlinebrasil 


"A hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue, como a creatinina e a ureia. A hemodiálise é uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais." (wikipedia). Para que essa filtragem seja feita, o paciente é ligado a uma máquina através de um acesso vascular, que pode ser uma fístula artério-venosa (FAV), que é o ideal, ou um cateter, que pode ser temporário (duplo-lúmen) ou definitivo (permcaths). Os cuidados com a fístula já foram descritos em postagem anterior, mas com o cateter serão descritos na próxima postagem. De modo simplista, o paciente não deve manusear ou molhar o local do cateter para evitar infecção através das bactérias resistentes que existem em nossa pele, uma vez que o cateter é uma porta aberta para a nossa circulação sanguínea, podendo levar a um quadro grave de sepse, que é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção.

O Sr. Marcos (92 anos), que é meu companheiro de sala na hemodiálise, usa o cateter definitivo como acesso vascular. Em 20 de janeiro de 2014, ele entrou embaixo do chuveiro e molhou o curativo do cateter. Algo simples, mas muito perigoso. Chegou na clínica, comunicou à enfermagem e o curativo foi trocado imediatamente. No dia seguinte, teve febre e calafrio, sendo orientado a ir ao hospital. Lá chegando, foi logo internado na UTI e teve sepse. Ficou 35 dias internados e teve períodos que o estado dele era gravíssimo. Em 28 de fevereiro de 2014, sexta-feira, ele retornou à clínica e está muito bem. Apesar da sua avançada idade e de ter tido uma sepse, que muito grave, ele se restabeleceu. Com certeza, ainda não era a sua hora.

Na minha sala ainda há uma cadeira vaga e estou curiosa para conhecer o nosso novo companheiro.

Ontem, a minha nefrologista autorizou que eu ande a cavalo. Fiquei radiante, pois sou casada há quase 30 anos com um criador de cavalos da raça Mangalarga Marchador e seus animais são cômodos e macios. Quem tiver curiosidade e interesse, acesse a sua página no facebook (Haras LJ). A liberdade e o prazer que sinto durante uma cavalgada é indescritível!!! 

No 3º turno da minha clínica, nas 2ª, 4ª e 6ª feiras, das 4h30 até à 20h30, na minha sala, tinham 4 pacientes. A mais nova era a Sunamita, que completou 40 anos em 9 de fevereiro de 2014. Ela era uma pessoa muito alegre e confiante. Ela fez diálise peritoneal assim que os seus rins pararam de funcionar e se dava muito bem. Trabalhava numa grande empresa como contabilista, era casada e tinha uma filha moça também casada. Há uns 4 anos, ela fez os exames femininos de rotina e foi diagnosticado um câncer de mama. Ela passou então a fazer hemodiálise ao invés da diálise peritoneal. Fez quimioterapia, perdeu os cabelos, mas tinha muita alegria, fé e esperança. Quando a conheci, em maio de 2013, ela tinha um cabelo curto, mas farto, e sempre estava com um cativante e contagiante sorriso no rosto. Em outubro de 2013, ele teve uma forte dor de cabeça durante a hemodiálise. Fez uma tomografia e os médicos constataram a metástase do câncer na cabeça. Foi uma tristeza. Ela lutou com muita fé e determinação, mas foi definhando e faleceu em 11 de fevereiro de 2014, dois dias após ter completado 40 anos. Todos nós ficamos muito tristes, mas temos que aceitar a vontade de Deus. Com certeza, esta era a hora dela. Vá em paz, corajosa guerreira!!!


                                                                         fonte: Eternidade


A vontade de Deus é soberana. Portanto, se Deus tiver algo muito especial para fazer com você ou por meio de você, Ele o fará, apesar de você. Suas limitações, fraquezas e pecados nada significam para Deus. Ele cumprirá os propósitos Dele em sua vida. Tenham fé!
                                                            
Vamos aceitar a nossa doença e fazer a nossa parte no tratamento para termos uma melhor qualidade de vida possível!!! 

"O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano." (Frederico I)


Com carinho,

Helô




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OBS2: Criei um grupo fechado no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

HemoFamília # 14 - Calor

Olá, amigos!


Agora vou falar-lhes sobre o mês de janeiro de 2014 na Clínica Maldivas. Escolhi este nome fictício da minha clínica, porque, se Deus quiser, farei um transplante renal e irei conhecer esta ilha paradisíaca. Os demais nomes também são fictícios e inspirados em nomes bíblicos, pois a fé passa a ser o nosso norte.

Os aproximados 30 pacientes que fazem hemodiálise no meu turno, mais alguns de outros turnos, mais os médicos, as enfermeiras, os técnicos de enfermagem, o pessoal da limpeza, o repositor de material, o técnico das máquinas, as recepcionistas e outros, acabam formando uma família, na qual todos acompanham os problemas uns dos outros, compartilham seus sofrimentos, torcem pela recuperação alheia, alegram-se quando alguém faz transplante e sofrem quando alguém falece. É difícil de explicar, mas a habitualidade da convivência com pessoas tão diferentes em situações bem parecidas, nos tornam familiares e isso é muito bom e confortante.
                                                                  

                                                                  fonte: Psiconlinebrasil 




Ano Novo. Esperanças renovadas. Fé no futuro. Pensamentos positivos. Muitos sentimentos bons que nos motivam a viver intensamente o presente e a acreditar no futuro. Bem-vindo 2014!!!

Alguns pacientes da nossa clínica foram passar as férias de janeiro com seus familiares e assim algumas cadeiras e máquinas estão vazias. É estranho!

Bom, vou aqui aproveitar este início do ano para colocar o significado singelo do tratamento de hemodiálise e assim tentar esclarecer inúmeras pessoas que desconhecem por completo tal tratamento. Segundo a Wikipedia a hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a uréia. A hemodiálise é uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais. 

Quando eu comecei a fazer hemodiálise, há 9 meses, eu desconhecia a sensação da hipotensão (queda da pressão arterial). Isto porque eu tenho 52 anos e tomo remédio para abaixar a pressão arterial desde os 20 anos de idade. Após o início das sessões de hemodiálise, eu parei de tomar remédio para abaixar a pressão, pois ela ficou normal com tendência à pressão baixa. Tive dois episódios de queda de pressão, que me levaram ao desmaio/síncope, durante as sessões de hemodiálise e um episódio de desmaio/síncope no cabeleireiro, enquanto a pedicure fazia a minhas unhas do pé, no dia 16 de janeiro de 2014. O procedimento médico recomendado é deitar, levantar as pernas acima do nível cabeça e tomar um copo de soro caseiro (1 copo de água com 1 colherzinha rasa de café de sal e 1 colher de chá cheia de açúcar). Quando recuperar a consciência, observar o frênito da fístula, caso não sinta qualquer vibração, corra para o hospital para tentar salvá-la e fique massageando o local da fístula. O calor e a dor facilitam a queda da pressão. Cuidado!   

Falando em calor, este janeiro de 2014, na cidade de São Paulo, o calor bateu todos os recordes e nós, que fazemos hemodiálise, temos que tomar cuidado redobrado, uma vez que temos que ingerir pouco líquido, o que pode nos levar a uma desidratação, e temos uma tendência à hipotensão (queda da pressão arterial).

O Sr. Marcos (92 anos), que é meu companheiro de sala na hemodiálise, tem cateter e não fístula e o maior cuidado que deve tomar é não molhar o curativo que o envolve. Desse modo, o banho deve ser tomado com muito cuidado. Ocorre que, em 20 de janeiro de 2014, ele estava com muito calor e não esperou a sua cuidadora Sonia chegar para ajudá-lo no banho. Entrou embaixo do chuveiro e molhou o curativo. Era uma segunda-feira, dia da HD, e, ao iniciar a sessão, a técnica de enfermagem Ana, logo trocou o seu curativo. A sessão transcorreu normalmente. Porém, na quarta-feira, dia 22, ele não compareceu na clínica e eu fiquei sabendo que ele tinha sido internado devido a uma infecção decorrente do curativo molhado. O estado dele foi se agravando e ele foi levado para a UTI e ficou entubado. Ontem, dia 5 de fevereiro, fiquei sabendo que ele continua na UTI, mas respira sem ajuda de aparelhos. Isto serve de alerta para todos os que fazem hemodiálise por meio de cateter. Cuidado com a água!


                                                                         fonte: grupoizi

Aproveitando os cuidados que devemos tomar com os nossos acessos para fazer hemodiálise, vou lembrar-lhes os principais cuidados a serem tomados com a fístula:
  • lavar bem o braço da fístula antes de iniciar a sessão de HD;
  • não deixar que o curativo pós HD fique muito apertado, a ponto de tornar o frênito da fístula quase imperceptível;
  • tirar o curativo após 3 horas e deixar os locais das incisões totalmente descobertos para evitar infecção;
  • não carregar peso com o braço da fístula; 
  • não medir a pressão arterial no braço da fístula;
  • não deixar tirar sangue da fístula;
  • não usar relógio, pulseira ou camisa apertada no braço da fístula;
  • fazer exercício com a bolinha (apertar 50 vezes a cada série, algumas vezes por dia) nos dias seguintes da sessão de hemodiálise. NUNCA logo após a HD e no mesmo dia!
  • observar sempre o frênito da fístula e, caso não o sinta, correr para o hospital e ficar massageando a fístula.
   


                                                                    fonte: grupoizi


Vamos aceitar a nossa doença e fazer a nossa parte no tratamento para termos uma melhor qualidade de vida possível!!! 



"O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano." (Frederico I)


Com carinho,

Helô






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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Hipotireoidismo

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre o hipotireoidismo, seus sintomas e o meu caso.

O hipotireoidismo é uma disfunção na tireóide (glândula que regula importantes órgãos do organismo), que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). É mais comum em mulheres, mas pode acometer qualquer pessoa, independente de gênero ou idade, até mesmo recém-nascidos - o chamado hipotireoidismo congênito. (SBEM - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)

O hipotireoidismo é a doença provocada pela produção insuficiente de hormônios da tireóide, enquanto que hipertireoidismo é a doença provocada pelo excesso de produção de hormônios tireoidiano. Ambas as doenças podem ser diagnosticadas através da dosagem de hormônios tireoidianos circulantes no sangue. Porém, para entender o que significam siglas como TSH, T3 e T4 livre, é preciso primeiro compreender com funciona a tireoide. (mdsaude)



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A quantidade de T3 e T4 produzidas pela glândula tireoide é cuidadosamente controlada pelo sistema nervoso central, mais especificamente pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro. Em pessoas com a tireóide sadia, a quantidade de hormônios tireoidianos livres no sangue é mantida sempre de forma a não haver nem excessos nem insuficiência. Se há T4 livre a mais no sangue, a tireóide reduz a sua produção de T3 e T4. Por outro lado, se há sinais de que os níveis de T4 livre começam a ser insuficientes, a tireoide rapidamente começa a produzir mais T3 e T4, de forma a não deixar o metabolismo corporal desacelerar. (mdsaude)

A ordem para a tireóide aumentar ou reduzir a sua produção de T3 e T4 vem da hipófise, através de um hormônio chamado TSH (thyroid-stimulatinghormone ou, em português, hormônio estimulador da tireóide). (mdsaude)

Quando existe pouco hormônio tireoidiano circulante, a hipófise sente essa deficiência e aumenta a secreção de TSH, dando ordem para que haja uma maior produção de T3 e T4 pela tireoide. Quando os níveis de T3 e T4 voltam a ficar satisfatórios, a hipófise sente esta normalização e automaticamente reduz a produção de TSH, reduzindo, consequentemente, o estímulo sobre a tireoide, evitando que esta passe a produzir hormônios em excesso. (mdsaude)

O balanço entre os níveis de TSH e T4 livre é muito delicado. A hipófise precisa manter sempre uma concentração de TSH ideal, de modo que ao mesmo tempo impeça a tireóide de produzir poucos hormônios, mas também não a estimule a produzi-los demais. (mdsaude)



                                                                        fonte: hipófise


Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), entre os sintomas do hipotireoidismo estão:
  • Depressão
  • Desaceleração dos batimentos cardíacos
  • Intestino preso
  • Menstruação irregular
  • Diminuição da memória
  • Cansaço excessivo
  • Dores musculares
  • Sonolência excessiva
  • Pele seca
  • Queda de cabelo
  • Ganho de peso
  • Aumento do colesterol no sangue

Segundo ainda a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, para evitar as complicações das disfunções tireoideanas basta que o paciente siga as prescrições do seu médico, tomando o medicamento de forma correta e constante. No caso do hipotireoidismo, quando o tratamento não é adequado, ou mesmo quando a disfunção não é diagnosticada a tempo, podem surgir as seguintes complicações:

* Anemias
* Coronariopatia
* Desordem gastrointestinais, neurológicos, endócrinos, metabólicos e renais
* Disfunções respiratórias
* Dislipidemia
* Glaucoma
* Hipertensão arterial
* Insuficiência cardíaca
* Retardo mental, surdez e deficiência no crescimento em recém-nascidos com hipotireoidismo


No meu caso, em 2 de maio de 2013, eu fiz inúmeros exames antes de iniciar as sessões de hemodiálise,  em 8 de maio de 2013, inclusive as dosagens do TSH e T4, que tiveram resultado normais.

Na minha clínica, há diversas rotinas sobre a realização de exames. Há exames que são realizados mensalmente, outros semestralmente e outros anualmente. O TSH e T4 é realizado anualmente em pacientes que não tenham qualquer alteração nessas taxas.

Nessa linha de raciocínio, eu coletei sangue em janeiro de 2014 (rotina anual) e a taxa do meu TSH foi 168,0 mUI/L , sendo que o valor de referência é de 0,45 a 4,5, e a do T4 foi 0,50 ng/dL, sendo o valor de referência de 0,9 a 1,7.

A médica da clínica ficou assustada com este elevado valor e pediu para que eu repetisse o exame o mais rápido possível para, após a coleta, já começar a tomar o remédio, que no meu caso foi prescrito o Synthroid. Assim o fiz, ela fez o meu pedido de exame na sexta-feira, 24 de janeiro de 2013, eu coletei o sangue no sábado, 25 de janeiro, e comecei a tomar 50 mcg do Synthroid no domingo, 26 de janeiro. Porém, na quarta-feira, 29 de janeiro, fui no meu médico particular, que é clínico geral e cardiologista, e ele dobrou a dose do remédio para 100 mcg, me mandou fazer repouso e ficar atenta a qualquer sinal de taquicardia, que se ocorresse eu deveria telefonar para ele imediatamente. Fiquei assustada!

Claro que esta taxa elevada de TSH não deve ter chegado nesse patamar de um dia para o outro, mas os sintomas que eu sentia desde, pelo menos, outubro de 2013 eram diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares, pele seca e queda de cabelo. Sintomas esses que se confundiram com os que os pacientes da hemodiálise comentam que também sentiam. Assim, eu fiz o que não se deve fazer, achei normal para uma pessoa que faz hemodiálise os sintomas sentidos e não comentei com os médicos da minha clínica. A partir de agora, vou fazer o que é recomendado na minha clínica, que é relatar tudo o que estamos sentindo de diferente.

Em 16 de janeiro de 2013, eu desmaiei no cabeleireiro. A manicure ligou para a minha filha Fernanda, que junto com a minha querida amiga Lucinha, foram me buscar e me levaram para a clínica. Fui examinada de pronto por uma médica que não me conhecia, de modo que ela verificou a pressão, que estava 11x7, me auscultou, fez inúmeras perguntas, como se eu tinha me alimentado, se o ambiente estava abafada e outras, e me pediu uma tomografia cerebral sem contraste, uma vez que os doentes de rins policísticos tem uma facilidade de terem isquemias cerebrais. Fiz a tomografia e deu normal.

Agora, com o resultado da alta dosagem do TSH, os médicos concluíram que aquele desmaio foi decorrente desta alteração e não uma simples hipotensão.

Daqui um mês, 25 de fevereiro, eu repetirei o exame de sangue para verificar a taxa do TSH e se a dose do remédio tomado está adequada.

Realmente, eu levei um susto muito grande e aprendi a valorizar os meus sintomas.

Vamos ficar sempre atentos ao nosso corpo e comunicar ao médico qualquer sintoma diferente do habitual!!!



"Um herói é um indivíduo comum que encontra a força para perseverar e resistir dos obstáculos devastadores." (Christopher Reeve)


Com carinho,

Helô


OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Riscos na hemodiálise

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre os riscos de faltar na hemodiálise e os abusos dos pacientes.


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Segundo a NephroCare: "Você sabia que ao faltar uma sessão de hemodiálise no mês, o paciente aumenta o seu risco de morte em 19%? E que ao faltar duas sessões de hemodiálise no mês, esse risco é aumentado para 51%?

Os rins saudáveis filtram o sangue durante 24 horas do dia, mantendo o sangue em equilíbrio de sais e líquidos e livres de toxinas produzidas naturalmente pelo organismo. Quando os rins não funcionam, é a diálise que, somente durante algumas horas da semana, faz este trabalho.

No entanto, para manter o equilíbrio do organismo, são necessárias pelo menos 12 horas de diálise por semana.

Ao faltar uma sessão de diálise, o líquido e as toxinas que seriam retiradas naquele tratamento se acumulam no organismo. O acúmulo de toxinas, como o potássio, pode levar a complicações agudas, rapidamente percebidas pelo paciente, como arritmias e parada cardíaca, fraqueza e paralisia muscular.

Além disso, o acúmulo agudo de líquidos também pode causar falta de ar, edema de pulmão, falência respiratória e morte. Riscos desnecessários!

Porém, muitas vezes os sintomas e as consequências das faltas ao tratamento só aparecem ao longo de meses e anos. As toxinas e o excesso de líquido sobrecarregam o coração e os vasos sanguíneos, prejudicam os ossos e o controle da anemia e impedem que as defesas do organismo funcionem plenamente.

Consequentemente, os pacientes que faltam costumam ser mais desnutridos, tem mais infecções, anemia, doenças do coração, derrames, insônia, impotência sexual e depressão, precisando com mais frequência de internações hospitalares. E o mais agravante dessa situação é que muitas vezes o próprio paciente não percebe que a falta às sessões só traz mais doenças e piora a sua qualidade de vida!

Um tratamento eficiente é aquele em que médicos e pacientes trabalham juntos!"

É incrível como tudo o que foi dito acima parece óbvio, mas não é. Os pacientes em hemodiálise usam e abusam do tratamento, ignorando as graves consequências. Entre os abusos mais frequentes que observo no meu dia a dia são: ganho excessivo de líquido (5, 6, 7 e até 8 litros durante o fim de semana, sendo que o recomendável é no máximo 4% do peso seco); ingerir alimentos com alto teor de potássio e fósforo, apesar de toda a orientação recebida; não fazer restrição ao sal; mentir para quem anota o peso, o valor correto marcado na balança (sempre informando a menos); criar artimanhas para fazer menos tempo de hemodiálise, como inventar um compromisso urgente (viagem, médico e outro), câimbras, vontade de urinar ou evacuar e muitos outros (o médico acredita e diminui com frequência de 15 a 30 minutos o tempo da sessão). Tudo isso vai danificando ainda mais o nosso organismo, que tem que se adaptar com a falência dos rins, a hemodiálise, a quantidade de remédios e as inúmeras restrições. 

Deste modo, paciente deve sempre ter consciência de seu tratamento e seguir as orientações médicas e nutricionais. Como tal, será um paciente bem dialisado e terá uma boa qualidade de vida.  


                                                         fonte: folder da NephroCare


"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito." ( Aristóteles )

Vamos fazer a nossa parte e ter uma vida boa e saudável!!!

Com carinho,

Helô


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