quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Hipotireoidismo

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre o hipotireoidismo, seus sintomas e o meu caso.

O hipotireoidismo é uma disfunção na tireóide (glândula que regula importantes órgãos do organismo), que se caracteriza pela queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). É mais comum em mulheres, mas pode acometer qualquer pessoa, independente de gênero ou idade, até mesmo recém-nascidos - o chamado hipotireoidismo congênito. (SBEM - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)

O hipotireoidismo é a doença provocada pela produção insuficiente de hormônios da tireóide, enquanto que hipertireoidismo é a doença provocada pelo excesso de produção de hormônios tireoidiano. Ambas as doenças podem ser diagnosticadas através da dosagem de hormônios tireoidianos circulantes no sangue. Porém, para entender o que significam siglas como TSH, T3 e T4 livre, é preciso primeiro compreender com funciona a tireoide. (mdsaude)



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A quantidade de T3 e T4 produzidas pela glândula tireoide é cuidadosamente controlada pelo sistema nervoso central, mais especificamente pela hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro. Em pessoas com a tireóide sadia, a quantidade de hormônios tireoidianos livres no sangue é mantida sempre de forma a não haver nem excessos nem insuficiência. Se há T4 livre a mais no sangue, a tireóide reduz a sua produção de T3 e T4. Por outro lado, se há sinais de que os níveis de T4 livre começam a ser insuficientes, a tireoide rapidamente começa a produzir mais T3 e T4, de forma a não deixar o metabolismo corporal desacelerar. (mdsaude)

A ordem para a tireóide aumentar ou reduzir a sua produção de T3 e T4 vem da hipófise, através de um hormônio chamado TSH (thyroid-stimulatinghormone ou, em português, hormônio estimulador da tireóide). (mdsaude)

Quando existe pouco hormônio tireoidiano circulante, a hipófise sente essa deficiência e aumenta a secreção de TSH, dando ordem para que haja uma maior produção de T3 e T4 pela tireoide. Quando os níveis de T3 e T4 voltam a ficar satisfatórios, a hipófise sente esta normalização e automaticamente reduz a produção de TSH, reduzindo, consequentemente, o estímulo sobre a tireoide, evitando que esta passe a produzir hormônios em excesso. (mdsaude)

O balanço entre os níveis de TSH e T4 livre é muito delicado. A hipófise precisa manter sempre uma concentração de TSH ideal, de modo que ao mesmo tempo impeça a tireóide de produzir poucos hormônios, mas também não a estimule a produzi-los demais. (mdsaude)



                                                                        fonte: hipófise


Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), entre os sintomas do hipotireoidismo estão:
  • Depressão
  • Desaceleração dos batimentos cardíacos
  • Intestino preso
  • Menstruação irregular
  • Diminuição da memória
  • Cansaço excessivo
  • Dores musculares
  • Sonolência excessiva
  • Pele seca
  • Queda de cabelo
  • Ganho de peso
  • Aumento do colesterol no sangue

Segundo ainda a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, para evitar as complicações das disfunções tireoideanas basta que o paciente siga as prescrições do seu médico, tomando o medicamento de forma correta e constante. No caso do hipotireoidismo, quando o tratamento não é adequado, ou mesmo quando a disfunção não é diagnosticada a tempo, podem surgir as seguintes complicações:

* Anemias
* Coronariopatia
* Desordem gastrointestinais, neurológicos, endócrinos, metabólicos e renais
* Disfunções respiratórias
* Dislipidemia
* Glaucoma
* Hipertensão arterial
* Insuficiência cardíaca
* Retardo mental, surdez e deficiência no crescimento em recém-nascidos com hipotireoidismo


No meu caso, em 2 de maio de 2013, eu fiz inúmeros exames antes de iniciar as sessões de hemodiálise,  em 8 de maio de 2013, inclusive as dosagens do TSH e T4, que tiveram resultado normais.

Na minha clínica, há diversas rotinas sobre a realização de exames. Há exames que são realizados mensalmente, outros semestralmente e outros anualmente. O TSH e T4 é realizado anualmente em pacientes que não tenham qualquer alteração nessas taxas.

Nessa linha de raciocínio, eu coletei sangue em janeiro de 2014 (rotina anual) e a taxa do meu TSH foi 168,0 mUI/L , sendo que o valor de referência é de 0,45 a 4,5, e a do T4 foi 0,50 ng/dL, sendo o valor de referência de 0,9 a 1,7.

A médica da clínica ficou assustada com este elevado valor e pediu para que eu repetisse o exame o mais rápido possível para, após a coleta, já começar a tomar o remédio, que no meu caso foi prescrito o Synthroid. Assim o fiz, ela fez o meu pedido de exame na sexta-feira, 24 de janeiro de 2013, eu coletei o sangue no sábado, 25 de janeiro, e comecei a tomar 50 mcg do Synthroid no domingo, 26 de janeiro. Porém, na quarta-feira, 29 de janeiro, fui no meu médico particular, que é clínico geral e cardiologista, e ele dobrou a dose do remédio para 100 mcg, me mandou fazer repouso e ficar atenta a qualquer sinal de taquicardia, que se ocorresse eu deveria telefonar para ele imediatamente. Fiquei assustada!

Claro que esta taxa elevada de TSH não deve ter chegado nesse patamar de um dia para o outro, mas os sintomas que eu sentia desde, pelo menos, outubro de 2013 eram diminuição da memória, cansaço excessivo, dores musculares, pele seca e queda de cabelo. Sintomas esses que se confundiram com os que os pacientes da hemodiálise comentam que também sentiam. Assim, eu fiz o que não se deve fazer, achei normal para uma pessoa que faz hemodiálise os sintomas sentidos e não comentei com os médicos da minha clínica. A partir de agora, vou fazer o que é recomendado na minha clínica, que é relatar tudo o que estamos sentindo de diferente.

Em 16 de janeiro de 2013, eu desmaiei no cabeleireiro. A manicure ligou para a minha filha Fernanda, que junto com a minha querida amiga Lucinha, foram me buscar e me levaram para a clínica. Fui examinada de pronto por uma médica que não me conhecia, de modo que ela verificou a pressão, que estava 11x7, me auscultou, fez inúmeras perguntas, como se eu tinha me alimentado, se o ambiente estava abafada e outras, e me pediu uma tomografia cerebral sem contraste, uma vez que os doentes de rins policísticos tem uma facilidade de terem isquemias cerebrais. Fiz a tomografia e deu normal.

Agora, com o resultado da alta dosagem do TSH, os médicos concluíram que aquele desmaio foi decorrente desta alteração e não uma simples hipotensão.

Daqui um mês, 25 de fevereiro, eu repetirei o exame de sangue para verificar a taxa do TSH e se a dose do remédio tomado está adequada.

Realmente, eu levei um susto muito grande e aprendi a valorizar os meus sintomas.

Vamos ficar sempre atentos ao nosso corpo e comunicar ao médico qualquer sintoma diferente do habitual!!!



"Um herói é um indivíduo comum que encontra a força para perseverar e resistir dos obstáculos devastadores." (Christopher Reeve)


Com carinho,

Helô


OBS: Acessem a minha página do facebook chamada Blog Hemodiário e curtam. Lá, eu publico pequenos posts com dicas, curiosidades e novidades, além de divulgar os posts que eu publico aqui no blog. É muito interessante!!! (https://www.facebook.com/BlogHemodiario)

OBS2: Criei um grupo no facebook chamado Hemodiário para que médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pacientes em hemodiálise, pacientes transplantados ou pacientes com doença renal possam trocar informações, discutir procedimentos e compartilhar aprendizados. O link é https://www.facebook.com/groups/hemodiario/. Caso se enquadre numa dessas categorias, peça para participar do grupo. Você será muito bem vindo!

domingo, 12 de janeiro de 2014

Riscos na hemodiálise

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre os riscos de faltar na hemodiálise e os abusos dos pacientes.


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Segundo a NephroCare: "Você sabia que ao faltar uma sessão de hemodiálise no mês, o paciente aumenta o seu risco de morte em 19%? E que ao faltar duas sessões de hemodiálise no mês, esse risco é aumentado para 51%?

Os rins saudáveis filtram o sangue durante 24 horas do dia, mantendo o sangue em equilíbrio de sais e líquidos e livres de toxinas produzidas naturalmente pelo organismo. Quando os rins não funcionam, é a diálise que, somente durante algumas horas da semana, faz este trabalho.

No entanto, para manter o equilíbrio do organismo, são necessárias pelo menos 12 horas de diálise por semana.

Ao faltar uma sessão de diálise, o líquido e as toxinas que seriam retiradas naquele tratamento se acumulam no organismo. O acúmulo de toxinas, como o potássio, pode levar a complicações agudas, rapidamente percebidas pelo paciente, como arritmias e parada cardíaca, fraqueza e paralisia muscular.

Além disso, o acúmulo agudo de líquidos também pode causar falta de ar, edema de pulmão, falência respiratória e morte. Riscos desnecessários!

Porém, muitas vezes os sintomas e as consequências das faltas ao tratamento só aparecem ao longo de meses e anos. As toxinas e o excesso de líquido sobrecarregam o coração e os vasos sanguíneos, prejudicam os ossos e o controle da anemia e impedem que as defesas do organismo funcionem plenamente.

Consequentemente, os pacientes que faltam costumam ser mais desnutridos, tem mais infecções, anemia, doenças do coração, derrames, insônia, impotência sexual e depressão, precisando com mais frequência de internações hospitalares. E o mais agravante dessa situação é que muitas vezes o próprio paciente não percebe que a falta às sessões só traz mais doenças e piora a sua qualidade de vida!

Um tratamento eficiente é aquele em que médicos e pacientes trabalham juntos!"

É incrível como tudo o que foi dito acima parece óbvio, mas não é. Os pacientes em hemodiálise usam e abusam do tratamento, ignorando as graves consequências. Entre os abusos mais frequentes que observo no meu dia a dia são: ganho excessivo de líquido (5, 6, 7 e até 8 litros durante o fim de semana, sendo que o recomendável é no máximo 4% do peso seco); ingerir alimentos com alto teor de potássio e fósforo, apesar de toda a orientação recebida; não fazer restrição ao sal; mentir para quem anota o peso, o valor correto marcado na balança (sempre informando a menos); criar artimanhas para fazer menos tempo de hemodiálise, como inventar um compromisso urgente (viagem, médico e outro), câimbras, vontade de urinar ou evacuar e muitos outros (o médico acredita e diminui com frequência de 15 a 30 minutos o tempo da sessão). Tudo isso vai danificando ainda mais o nosso organismo, que tem que se adaptar com a falência dos rins, a hemodiálise, a quantidade de remédios e as inúmeras restrições. 

Deste modo, paciente deve sempre ter consciência de seu tratamento e seguir as orientações médicas e nutricionais. Como tal, será um paciente bem dialisado e terá uma boa qualidade de vida.  


                                                         fonte: folder da NephroCare


"Somos o que fazemos repetidamente. Por isso o mérito não está na ação e sim no hábito." ( Aristóteles )

Vamos fazer a nossa parte e ter uma vida boa e saudável!!!

Com carinho,

Helô


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