quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Grave crise na hemodiálise

Olá, amigos!

Hoje, 18 de fevereiro de 2016, eu estou compartilhando o link que nos informa sobre a grave crise da hemodiálise no Brasil. Infelizmente, o Ministério da Saúde não autorizou o reajuste das sessões de hemodiálise para, pelo menos, R$ 265,41 e assim continuará a pagar R$ 179,03. Desse modo, muitas clínicas estão fechando ou solicitando o descredenciamento com o SUS, uma vez que este valor não cobre o custo. Algumas unidades, como única alternativa, tem reduzido o tempo da hemodiálise, o que torna o tratamento inadequado. Como é sabido, o tempo adequado de hemodiálise, em regra, é 12 horas semanais. As regiões mais afetadas são Norte, Nordeste e Centro-Oeste.


     

O link abaixo relata a reunião ocorrida em 16/2/2016 entre os representantes da Nefrologia e o Ministro da Saúde, Marcelo Castro, para discutir a grave crise financeira enfrentada. Em síntese, foi apresentado ao Ministro os dados da crise diante dos defasados valores pagos pelo SUS, que mal pagam 50% dos custos com os procedimentos da hemodiálise. Outro grave problema apontado ao Ministro mostra que a diálise peritoneal no Brasil está em risco, pois devido ao represamento dos preços das soluções de diálise peritoneal, praticado pelo MInistério da Saúde por mais de 13 anos, as empresas fornecedoras limitaram o acesso de novos pacientes ao tratamento. Assim, constata-se que muitas unidades tem fechado ou solicitado o descredenciamento com o SUS e as empresas de diálise peritoneal limitaram o acesso de novos pacientes. 


O senador Eduardo Amorim do PSC/SE e a senadora Ana Amélia de Lemos do PP/RS insistiram na necessidade de uma correção emergencial para amenizar a grave crise enfrentada pelas clínicas de diálise prestadoras de serviço ao SUS. Porém, o Ministro afirmou que não há dinheiro para reajustar o valor da sessão da hemodiálise para pelo menos R$ 265,41, que é o valor pago pelo SUS às sessões de hemodiálise para pacientes soropositivos para hepatite B e C e HIV com a adoção do uso único de filtros capilares e linhas vasculares para todos os pacientes, visando a segurança desses e a sustentabilidade financeira das clínicas.

Se não há dinheiro para reajustar o valor da sessão de hemodiálise, então por quê não isentar de tributos os equipamentos e produtos usados na hemodiálise? Ou ainda, isentar as clínicas do pagamento das taxas de luz e água. É possível o Governo adotar algumas medidas emergenciais e diminuir o custo da sessão de hemodiálise, mas precisa haver interesse e nós temos que lutar para que isso aconteça o mais rápido possível.

Foto da Assessoria de Imprensa da reunião realizada em 16/2/2016 entre os representantes da Nefrologia e o Ministro da Saúde, Eduardo Castro








As exigências da portaria nº 389/14 e a RDC nº 11/14, que melhoram a segurança da hemodiálise, não poderão ser cumpridas se o valor da sessão não for imediatamente reajustado. Portanto, caso este reajuste não ocorra, é uma obrigação do Ministro de Saúde, Marcelo Castro, esclarecer a sociedade brasileira que, diante da falta de recursos, essas normas de segurança não serão cumpridas.






















O número de pacientes em tratamento dialítico aumentou de cerca de 42.00, que havia em 2000, para cerca de 100.000 em 2015. Em contrapartida, 77 clínicas fecharam de 2000 até 2015.  De modo que as ofertas de vagas para hemodiálise não acompanham o aumento do número de pacientes renais e muitos pacientes morrem por falta de tratamento. É justo? É razoável num país com tantos gastos desnecessários: viagens, publicidades, marketing político, ajudas de custos absurdas, inúmeros funcionários contratados sem necessidade...? Esse tratamento é vital e a vida é o maior bem que existe.

Segundo a Dra. Carmen Tzanno, nefrologista e presidente da SBN, "temos cerca de 100 mil pessoas que estão incluídas em programas de diálise no Brasil. São cerca de 5,5 mil transplantes de rins efetuados todos os anos. De 2000 a 2014 o número de pacientes renais subiu 134% e os de serviços disponíveis para suprir a demanda ficou em 41,98%. O número de clínicas não acompanham este crescimento. Temos 409 municípios com clínicas de diálise e nefrologistas. O fato é que somos aproximadamente 3 mil nefrologistas que estão mais concentrados em algumas regiões enquanto outras acabam carentes desse tipo de atendimento." (março de 2015)

O futuro da Nefrologia (médicos, enfermeiros, pacientes e indústria) está em risco e nós não podemos aceitar esta realidade passivamente, pois nós estamos falando de um tratamento (hemodiálise ou diálise peritoneal) que mantém vivos os doentes renais, especialmente os que não tem condições de pagar um plano de saúde e dependem do SUS.




O orçamento de 2016 cortou 10 bilhões da verba para Saúde. Inadmissível!!! A saúde e a educação devem ser prioridades em qualquer Governo.  


Com carinho, 
Helô


OBS: Visitem a minha página do Facebook chamada Blog Hemodiário (https://www.facebook.com/BlogHemodiario) e o meu perfil do Instagram com o nome de @blog_hemodiario. Até lá!

OBS2: Venham participar do grupo HEMODIÁRIO na Facebook!!!

6 comentários:

  1. Eu sugiro que seja feito um modelo de carta pra que seja enviada aos senadores/deputados federais reivindicando uma solução pra essa situação. 100000 pessoas é um número bem maior do que a população de muitas cidades inteiras pelo Brasil. Os pacientes de hemodiálise, de uma forma geral, correm risco de vida.

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  2. Eu concordo! Mas quem faria esta carta? E como coletar essas assinaturas de pacientes tão debilitado se em clínicas tão distantes? A logística é muit difícil!

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  3. Com relação a fazer uma carta, eu conheço um paciente que é advogado, ele poderia ajudar bastante nesse sentido (Caso vc conheça alguém que possa confeccionar essa mesma carta, também serve). Depois desse modelo pronto, ela teria que ser compartilhada nas redes sociais, por exemplo e não só pacientes com acesso a internet poderiam fazer o envio aos deputados/senadores , mas também parentes ou pessoas que simpatizarem com a causa. Existe uma forma de enviar esse pedido a todos os senadores e/ou deputados de uma só vez. Tem também como criar um abaixo assinado no http://www.avaaz.org/po/ e fazer uma coleta de assinaturas. Terminando a coleta, alguém poderia entregar lá em Brasília. Se nenhum filho de Deus aparecer, eu mesmo me programo e faço isso. Mas a princípio, eu sugiro o lance da carta porque a logística não é tão pesada e o alcance do objetivo pode vir primeiro.

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    1. Adorei a tua ideia! Você pode assumir esta tarefa?

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    2. Posso sim. Se vc tiver um facebook pessoal, me adicione lá, por favor. https://www.facebook.com/pcmetalopera . E vou te passar esse contato desse amigo meu, é bom que estejamos em contato um com o outro.

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    3. Eacabo de te enviar uma solicitação de amizade. O meu nome no FB é Heloisa Arruda Pereira Junqueira

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