sábado, 7 de maio de 2016

Braço direito

Olá, amigos!

Hoje, 8 de maio de 2016, completa 3 anos que eu faço hemodiálise.

Há 3 anos, eu mal sabia o que era hemodiálise. De modo que resolvi criar este blog para compartilhar experiências e aprendizados. Foi a melhor coisa que fiz!

Em 19 de março de 2013, eu fiz uma fistula artero-venosa para poder iniciar a hemodiálise. Eu queria muito que a fístula tivesse sido feita no meu braço esquerdo, por eu ser destra e poder ficar com o meu braço direito livre, uma vez que muitas restrições e muitos cuidados devem ser tomados com o braço da fístula. Mas a fístula foi feita no braço direito, devido a um derrame cerebral que tive aos 29 anos e afetaram as minhas veias do braço esquerdo. É por isso que coloquei o título de Braço Direito neste post.

Abaixo pode-se observar a imagem de uma fístula arteiro-venosa e o fluxo do sangue na diálise:

      



Eu cuido da minha fístula com muito carinho, pois ela é o meu acesso à máquina de hemodiálise, que me mantém viva. Os meus cuidados básicos são: não carregar muito peso, lavar muito bem os locais das incisões das agulhas, não garrotear o braço (ex.: pulseiras, medir pressão, tirar sangue), fazer exercícios com bolinha para desenvolver as veias, colocar compressa de gelo pós-hemodiálise e compressa de água morna no dia seguinte da hemodiálise e alguns outros. Nunca cuidei tanto do meu braço direito como nesses três anos!

Eu já fiz 465 sessões de hemodiálise com duração de 4 horas cada. Tive 2 infecções, mas em apenas 1 delas eu precisei ficar internada. Tive 8 mal súbitos (desmaios), sendo 5 durante as sessões de hemodiálise e 3 fora das sessões (missa, manicure e em casa). Conheci pessoas que morreram e pessoas que fizeram transplante. Fiz vários amigos. Escutei muitas histórias de vida. Apreendi ser mais compreensiva e tolerante. Esta é uma breve síntese desses meus três anos de hemodiálise.

Quando eu iniciei a hemodiálise, a enfermeira me sugeriu que utilizássemos a técnica buttonhole (túnel) para me puncionar. Como todas as escolhas, havia os prós (braço ficar menos feio, as punções doerem menos com o uso de agulhas romba (sem corte) e os contras (maior risco de infecção). Eu concordei e assumi os riscos. Dois túneis foram feitos (arterial e venoso). O arterial, que é o mais perto do pulso, ainda é o mesmo até hoje. Já o venoso estava funcionado mal e foi feito o 2ª túnel em abril de 2016. Meu braço direito está muito bom e as minhas sessões de hemodiálise transcorrem muito bem e muito eficazes (KTV em torno de 1,60, sendo que o desejável é no mínimo 1,40). Amo o meu braço direito!

Vejam abaixo a foto do meu adorado braço direito tirada hoje (8/5/2016) com os 3 túneis (utilizo os 2 das pontas e o do meio foi desprezado):



                                   



O meu braço direito é tudo para mim. Ele aguenta firme todas as punções. Ele fica dolorido no dia da hemodiálise, mas no outro dia está bom e pronto para fazer tudo normalmente: escrever, cozinhar, arrumar a cama, dirigir, fazer exercício e tudo mais. Com certeza, há 3 anos ele é a parte mais importante do meu corpo e a que eu mais gosto e cuido. O meu amado braço direito!

Quando eu comecei a fazer a hemodiálise, eu tinha muito esperança, para não dizer certeza, que faria um transplante renal em menos de um ano. Esta esperança me fez ter paciência, perseverança e otimismo para viver muito bem esses 3 anos. Ainda hoje continuo tento a esperança que o meu dia logo chegará. Acredito que sem esperança a vida fica muito mais difícil!

Sempre dizemos que alguém muito especial e imprescindível em nossas vidas é o nosso braço direito. Eu digo, sem medo de errar, que o meu braço direito é o meu braço direito, por ser imprescindível para que eu continue viva. 

Obrigada meu braço direito! Que você continue forte e firme até o dia do meu tão desejado transplante renal!

O pensamento abaixo é de Cora Coralina e me motiva a decidir a cada dia ser simplesmente feliz:

"Procuro semear otimismo e plantar sementes da paz e da justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que  faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

Com carinho,
Helô




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