terça-feira, 28 de maio de 2013

A energia dos carboidratos e açúcares

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre a importância dos carboidratos (biomoléculas mais abundantes na natureza) ou açúcares (carboidratos mais simples) em nossa alimentação, focando, como sempre, nas pessoas que fazem hemodiálise.

A nutrição é tão importante como a medicação no tratamento de pessoas em diálise (diálise peritoneal e hemodiálise). Durante a diálise, resíduos metabólicos são removidos, como excesso de líquido corporal, aminoácidos, peptídeos e vitaminas hidrossolúveis, sendo que só poderão ser repostos com a alimentação. Assim, uma alimentação equilibrada deve conter os principais nutrientes: carboidratos ou açúcares, lipídios ou gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e fibras.     

A dieta, ou alimentação equilibrada, do paciente renal crônico tem que ser individualizada, pois  pode variar em função da causa de sua função renal (hipertensão, diabetes etc), do tipo de tratamento (conservador, diálise peritoneal ou hemodiálise) e do resultado de seus exames mensais de rotina, colhidos durante o tratamento.

As principais orientações nutricionais para os pacientes renais referem-se à ingestão de líquidos, proteínas, sódio (sal), potássio e fósforo. Entretanto, devemos, também, nos mantermos atentos a esse nutriente tão importante à composição da nossa dieta diária.
Os carboidratos ou açúcares atuam como a principal fonte de energia para que o organismo consiga manter todas as atividades normais. Os principais alimentos que contém carboidratos são:
  • cereais [arroz, milho, trigo (farinha, pão, macarrão), centeio, aveia, cevada];
  • leguminosas (grão de bico, feijão, lentilha, soja);
  • batata, mandioca, mandioquinha, cará, inhame;
  • frutas, legumes, verduras, leite e seus derivados (queijo, iogurte, coalhada);
  • açúcar, mel e doces.   
Fonte: Tudo DiTudo

Os alimentos fontes de carboidratos são também fontes de outros nutrientes. Atenção na hora de utilizá-los, principalmente aqueles ricos em proteínas, cálcio, fósforo e potássio (cartilha do Hospital Português). 
O gasto energético de repouso dos pacientes em hemodiálise é mais alto, principalmente durante o procedimento e persiste por 2 horas após a sessão do tratamento. Há estudos que relatam que o gasto energético é de 8 a 16% mais elevado nos pacientes em hemodiálise, mesmo nos dias em que não realizam o procedimento, quando comparados por gênero, idade e Índice de Massa Corporal a indivíduos normais. Isso nos mostra que a ingestão deficiente pode exacerbar ainda mais a condição de déficit nutricional.
De maneira geral, segundo a nutricionista Luciana Rezende, para os indivíduos, em tratamento de hemodiálise, clinicamente estáveis, sedentários ou com atividade física leve, são recomendados de 30 a 35 cal/kg/dia para manutenção do peso e balanço nitrogenado neutro. Já aqueles que estão na faixa superior a 60 anos e, provavelmente, apresentam gastos energéticos mais baixos, recomendam-se 30 cal/kg/dia. Já os pacientes que pretendem reduzir o peso podem ter recomendação calórica mais baixa. Por outro lado, pacientes subnutridos ou com atividade física regular e mais intensa podem necessitar de recomendação mais alta.                            

A anorexia parece ser um dos fatores mais significantes da subnutrição dos pacientes em hemodiálise devido a várias causas:
  • diálise insuficiente,
  • presença de náuseas e vômitos relacionados, principalmente, à instabilidade cardiovascular e fadiga pós-diálise,
  • uso de medicamentos, que pode competir com a ingestão e/ou promover a redução do apetite,
  • disgeusia, talvez causada pela deficiência de zinco ou uso de dietas muito restritivas e pouco palatáveis pelas restrições de sódio, potássio e líquidos,
  • hiperleptinemia, que pode estar relacionada a anorexia e subnutrição,
  • estado hipotalâmico hiperserotoninérgico em decorrência de altas concentrações detriptofano e baixos níveis de aminoácidos.



Depois dessa breve explanação, podemos constatar a fundamental importância do acompanhamento nutricional de uma nutricionista especialista em diálise.


"Nenhuma batalha jamais foi ganha sem o poder do entusiasmo."  (John Lord O Brian)


Vamos lá, amigos, fazer uma alimentação equilibrada e vencer a batalha da desnutrição!!!


Com carinho,

Helô

domingo, 26 de maio de 2013

Veias profundas

Olá, amigos!
Agora vou falar-lhes sobre a dificuldade de puncionarem as minhas veias por serem muito profundas.
Essa semana não consegui fazer as três sessões de hemodiálise, pois não conseguiram puncionar as minhas veias na 4ª feira. Quero dizer , puncionaram as minhas veias várias vezes e as lesionaram. Assim, quando ligavam a máquina da hemodiálise, o sangue extravasava e o local da agulha inchava. Fui dispensada e o meu braço ficou horrível: roxo, inchado, quente e muito dolorido. As funcionárias da clínica me orientaram a colocar gelo no dia do ocorrido por várias vezes e bolsa de água quente no dia seguinte. Elas tentaram me consolar afirmando que no começo é assim mesmo.

É bom lembrar que exercício com a bolinha não pode ser feito após a realização da hemodiálise. Somente no dia seguinte ou antes de fazê-la, a fim de evitar sangramento.

A dificuldade de puncionarem as minhas veias é um problema que me acompanha desde de sempre. Tenho veias profundas e, portanto, não são visíveis. Isso obriga que aquele que for puncioná-las tenha calma e um bom tato. Herança da minha querida mãe!


Quem estiver lendo este post poderá pensar, porquê eu não tomei alguma atitude. Mas eu tomei. Comuniquei, na 5ª feira, à médica responsável por mim e pedi que determinada pessoa, que tinha conseguido pegar a minha veia de primeira, a puncionasse até formar o tal do túnel, que, pelo que entendi, é o local escolhido onde será sempre puncionada. Qual foi o resultado de tal pedido? Gerou um mal estar na 6ª feira entre as funcionárias e a pessoa que eu tinha indicado para puncionar a minha veia veio, simplesmente acompanhando a outra pessoa, e me disse que não poderia assumir tal encargo, porque senão, como ficaria em seus dias de folga? Simples assim!

Nesta referida 6ª feira, fiquei apreensiva, mas deu tudo certo. A funcionária que nem sempre pegava as minhas veias de primeira veio até mim, acompanhada da funcionária expert em veias, mas que disse não poder assumir tal encargo, puncionou, recebeu umas orientações da expert e conseguiu de primeira. Claro que a cada alarme da máquina, eu pensava que as agulhas tinham saído.
Ainda nesta 6ª feira, a médica de plantão, que eu ainda não conhecia, deve ter ficado sabendo do meu pedido de que só determinada pessoa pegasse a minha veia, veio perto de mim, ironicamente, perguntar se estava tudo bem e pediu para ver o meu braço. Eu o mostrei e queixei que estava horrível, além de inchado e dolorido. Ela simplesmente me recomendou que eu passasse uma maquiagem para disfarça-lo. Prefiro não comentar o que senti.
Neste post resolvi desabafar como pequenas coisas de fácil solução não são feitas e causam aborrecimento nos já debilitados pacientes, por total falta de respeito, humanidade, generosidade e consideração. Com certeza, essas pessoas são tecnicamente ótimas profissionais, mas sem treinamento adequado de como lidar psicologicamente com esses pacientes debilitados e dependentes da hemodiálise.

Hoje é domingo e acabei de passar para o meu iPad um CD do Padre Juarez de Castro, o qual ouvirei amanhã na minha sessão de hemodiálise. Que Deus me dê forças!

"A compaixão é um sentimento natural que, ao moderar a violência do amor pelo próprio ego em cada indivíduo, contribui para a preservação de toda a espécie. É ela que nos impele a consolar imediatamente aqueles que estão sofrendo sem que tenhamos pensado sobre isso antes." (Jean-Jacques Rousseau)
Profissionais da saúde devem sempre praticar a compaixão, pois um dia eles poderão estar no lugar dos pacientes e, com certeza, necessitarão desta compaixão que potencializa qualquer tratamento.
Com carinho,
Helô

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Hemodiálise e a importância da proteína

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre a importância da ingestão de proteína para as pessoas que fazem hemodiálise.        

Inicialmente, retirei algumas informações do site da UFSC sobre o que são as proteínas e a sua importância nos tratamentos de diálise, que são: 
  • As proteínas são as moléculas orgânicas mais abundantes e importantes nas células e perfazem 50% ou mais de seu peso seco. São encontradas em todas as partes de todas as células, uma vez que são fundamentais sob todos os aspectos da estrutura e função celulares. Existem muitas espécies diferentes de proteínas, cada uma especializada para uma função biológica diversa. Além disso, a maior parte da informação genética é expressa pelas proteínas.
  • São os constituintes básicos da vida: tanto que seu nome deriva da palavra grega "proteios", que significa "em primeiro lugar". Nos animais, as proteínas correspondem a cerca de 80% do peso dos músculos desidratados, cerca de 70% da pele e 90% do sangue seco. Mesmo nos vegetais as proteínas estão presentes.
  • A importância das proteínas, entretanto, está relacionada com suas funções no organismo, e não com sua quantidade. Todas as enzimas conhecidas, por exemplo, são proteínas; muitas vezes, as enzimas existem em porções muito pequenas. Mesmo assim, estas substâncias catalisam todas as reações metabólicas e capacitam aos organismos a construção de outras moléculas - proteínas, ácidos nucléicos, carboidratos e lipídios - que são necessárias para a vida. 




O curso de atualização em nutrição clínica da UNIFESP virtual, nos ensina que: 
  • Apesar do grande desenvolvimento científico e tecnológico nas terapias de reposição renal, a morbidade e a mortalidade da população em diálise continuam elevadas.
  • Entre os vários fatores que afetam adversamente esses pacientes, a desnutrição energético-protéica  é um dos mais importantes.
  • De fato, a prevalência de desnutrição energético-protéica na população de pacientes em diálise é bastante elevada variando de 23 a 76% nos pacientes em hemodiálise (HD) e de 18 a 50% nos pacientes em diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD).
  • Estudos mostram que a ingestão de proteínas está diminuída em pacientes em hemodiálise, variando em média de 0,94 a 1,0 g/kg/dia, de forma que aproximadamente metade dos pacientes tem ingestão inferior a esses valores.
  • Tomando os poucos estudos que avaliaram diretamente a necessidade protéica de pacientes em hemodiálise, estima-se que cerca de 1,2 g/kg/dia de proteína é necessário para promover balanço nitrogenado neutro ou positivo na maioria dos pacientes clinicamente estáveis em hemodiálise.
  • Pacientes em diálise peritoneal ambulatorial contínua tem o fator adicional da maior perda diária de proteínas, de forma que a prescrição de 1,3 g/kg/dia de proteína diminui a possibilidade de  balanço nitrogenado negativo. Em ambos os casos pelo menos 50% das proteínas devem ser de alto valor biológico.


Conforme pudemos observar, é fundamental a ingestão de proteínas diariamente, porém, sem excessos. Devemos comer sempre carne, frango, peixe ou ovo na refeição do almoço e do jantar. Já em relação ao leite, podemos substitui-lo por iogurte ou queijo.



Assim, por exemplo, uma pessoa que pesa 80 Kg e faz hemodiálise deverá consumir 96g de proteína diariamente (1,2 g/kg/dia).

As tabelas abaixo coladas demonstram o teor de proteína de acordo com o valor biológico em alimentos usualmente consumidos.


Proteínas de Alto Valor Biológico:


ALIMENTO

QUANTIDADE (g)

MEDIDA USUAL

PROTEÍNA (g)

Leite de vaca

200

1 copo médio

7

Iogurte

200

1 pote

7

Queijo

30

1 fatia

7

Ovo de galinha

50

1 unidade

6,4

Carne bovina

85

1 bife médio

19,5

Frango

85

1 peito pequeno

18,7

Peixe

85

1 filé médio

16

Fonte: Unidade de Nefrologia do Hospital Samaritano de São Paulo

Proteínas de Baixo Valor Biológico:


ALIMENTO

QUANTIDADE (g)

MEDIDA USUAL

PROTEÍNA (g)

Feijão

120

8 colheres de sopa

9,4

Ervilha

100

5 colheres de sopa

6,7

Lentilha

120

8 colheres de sopa

6

Pão

50

1 unidade

5

Macarrão

125

1 prato raso

4

Arroz

100

5 colheres de sopa

2

Batata

110

1 unidade média

2

Fonte: Unidade de Nefrologia do Hospital Samaritano de São Paulo


CUIDADO: A ingestão excessiva de proteínas acarreta no organismo aumento da ureia e fósforo. Portanto, calcule quantos gramas você poderá ingerir por dia e distribua durante as refeições: café da manhã, almoço e jantar. Claro que você deverá sempre consultar uma nutricionista.
"A perseverança não é uma longa corrida; ela é muitas corridas curtas, uma depois da outra."  (Charles W. Elliot)


Vamos consumir a quantidade necessária de proteína  para que o nosso organismo funcione adequadamente e afastemos a desnutrição decorrente da diálise. É possível! Vamos lá!!! 


Com carinho,
Helô

OBS: Visitem a minha página do Facebook chamada Blog Hemodiário (https://www.facebook.com/BlogHemodiario) e o meu perfil do Instagram com o nome de @blog_hemodiario. Até lá!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Direito ao auxílio-doença

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre o direito do auxílio-doença no caso de uma nefropatia grave.

Conforme o Ministério da Previdência Social, o auxílio-doença é o benefício concedido ao segurado impedido de trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador, exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados, inclusive o doméstico, a Previdência paga o auxílio desde o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar. Em ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do benefício.

Para concessão de auxílio-doença é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social.

Para ter direito ao benefício, o trabalhador tem de contribuir para a Previdência Social por, no mínimo, 12 meses (carência). Esse prazo não será exigido em caso de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho) ou de doença profissional ou do trabalho. 

Terá direito ao benefício, sem a necessidade de cumprir o prazo mínimo de contribuição e desde que tenha qualidade de segurado, quando, do início da incapacidade, o trabalhador acometido de tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, doença de Paget em estágio avançado (osteíte deformante), síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), contaminação por radiação (comprovada em laudo médico) ou hepatopatia grave.

Como vimos, a nefropatia grave está entre as doenças que isentam o contribuinte do cumprimento de carência de 12 meses. Assim, por exemplo, se o trabalhador estiver contribuindo há 3 meses e for diagnosticada a insuficiência renal, ele já poderá solicitar o benefício do auxílio-doença. 

Não tem direito ao auxílio-doença quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resulta do agravamento da enfermidade.

O trabalhador que recebe auxílio-doença é obrigado a realizar exame médico periódico e, se constatado que não poderá retornar para sua atividade habitual, deverá participar do programa de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, prescrito e custeado pela Previdência Social, sob pena de ter o benefício suspenso. No caso da nefropatia grave, o exame médico deverá ser realizado de 2 em 2 anos. Quando o trabalhador perder a qualidade de segurado, as contribuições anteriores só serão consideradas para concessão do auxílio-doença se, após nova filiação à Previdência Social, houver pelo menos quatro contribuições que, somadas às anteriores, totalizem, no mínimo, a carência exigida (12 meses).

O auxílio-doença deixa de ser pago quando o segurado recupera a capacidade e retorna ao trabalho ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez.

A empresa poderá requerer o benefício de auxílio-doença para seu empregado ou contribuinte individual que lhe preste serviço e, nesse caso, terá acesso às decisões referentes ao benefício.

Nota: A Previdência Social processará de ofício o benefício, quando tiver conhecimento, por meio de documentos que comprovem essa situação, de que o segurado encontra-se incapacitado para o trabalho e impossibilitado de se comunicar com o INSS. Nesse caso, será obrigatória a realização de exame médico-pericial pelo INSS para comprovação da alegada incapacidade. 

Você pode requerer o auxílio-doença no site do Ministério da Previdência Social e escolher a Agência da Previdência Social onde deverá comparecer para fazer a avaliação médico-pericial.

Para efetuar o requerimento você deve informar:
  • NIT - Número de Identificação do Trabalhador (PIS/PASEP/CICI), nome completo do(a) requerente, nome completo da mãe e data do nascimento;
  • Indicar a categoria do trabalhador, se contribuinte individual, facultativo, trabalhador avulso, segurado especial (trabalhador rural), empregado(a) doméstico(a), empregado(a) e desempregado(a);
  • Data do último dia de trabalho no caso do(a) empregado(a), CID constante do atestado médico que gerou o afastamento e CNPJ da Empresa;
  • CPF e nome do empregador no caso de empregado(a) doméstico(a).
  • Atenção, verifique se o endereço que consta em nosso banco de dados está correto. Caso contrário, ligue para a Central 135 e atualize seu cadastro antes de requerer seu benefício, pois toda documentação será enviada no endereço cadastral que consta em nosso banco de dados.


"A ação é uma grande restauradora e construtora da confiança. A inatividade não só é o resultado, mas a causa do medo. Talvez a ação que você tome tenha êxito; talvez uma ação diferente ou ajustes terão de ser feitos. Mas qualquer ação é melhor que nenhuma." (Norman Vincent Peale)

Vamos ter fé que o nosso tratamento será eficaz e vamos agir para assegurar os nossos direitos.


Com carinho,

Helô

sábado, 18 de maio de 2013

Minha 2ª semana de hemodiálise

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre as minhas experiências na segunda semana de hemodiálise e vou postar um vídeo sobre o que é a hemodiálise.

A semana transcorreu relativamente bem. O local, as pessoas, a máquina de hemodiálise e os procedimentos rotineiros, como: pesagem, lavagem do braço com fístula, medição da pressão arterial por diversas vezes, lanche, ter que ficar 4 horas sentada numa cadeira com apenas uma mão livre e outros, já me são familiares e não me assustam. Mas a punção da veia e da artéria ainda é um sofrimento para mim, pois a agulha é muito calibrosa e algumas vezes tem que perfurar mais de uma vez, além da agulha poder escapar da veia. Outra coisa desagradável é o alarme das máquinas de hemodiálise, que soa constantemente, sendo que normalmente não é nada. Então, a técnica de enfermagem simplesmente desativa este botão. Mas este som ainda me assusta.

As minhas sessões de 2ª e de 4ª feira foram tranquilas. Eu me distraí ouvindo música e assistindo episódios da uma série gravada no meu iPad. Já os meus oito companheiros de sala dormiam tranquilamente. Um dia chegarei neste estágio.

Porém, a minha sessão de 6ª feira foi muito ruim. Cheguei na clínica e, de pronto, presenciei uma discussão barraqueira entre a enfermeira e uma paciente grosseira. Razão incontestável da enfermeira. Um pouco desestabilizada, fui para minha cadeira e a enfermeira não conseguiu puncionar a minha veia de primeira. Então, ela deixou a agulha dentro da pele e ficou perfurando para encontrá-la. Minhas lágrimas escorriam de dor. Ao terminar a punção, comecei a diálise, mas, pouco tempo depois, a agulha saiu da veia e logo formou um inchaço. A enfermeira foi novamente puncionar a minha veia e mais dor eu senti. Ela colocou gelo para melhorar o inchaço. Pouco tempo depois, comecei a ficar enjoada e avisei a técnica de enfermagem. Ela rapidamente mediu a minha pressão e constatou que estava 10x6 (baixa para mim). Então, deitou a minha cadeira e infundiu soro na minha veia. A pressão logo normalizou, mas eu tive que ficar deitada as três horas que faltavam e não inclinada (sentada com os pés levantados) como nas sessões anteriores. Conclusão: eu não conseguia assistir a série ou ouvir música, porque não tinha destreza para manipular o iPad apenas com a mão esquerda nesta posição totalmente deitada. Acrescentando a tudo isso, eu tinha tomado vacina da gripe no dia anterior e, como reação, tive uma febrícula (37,3º) e calafrio. Foi horrível!!!

Fonte: O Jornal
Uma coisa boa aconteceu nesta fatídica sexta-feira. Eu estava na porta da clínica esperando virem me buscar, quando parou um carro e desceu um senhor muito simpático. Ele me perguntou se eu fazia hemodiálise e eu resmunguei qualquer queixa, principalmente da dor ao ser puncionada a minha veia. Ele me falou que fazia hemodiálise há 4 anos e que sempre passava uma pomada com lidocaína no local a ser puncionado. Fazia isto, uns 30 minutos antes da punção. Gentilmente, pediu a minha mão e escreveu o nome da pomada. Não satisfeito, voltou até o carro e me deu a pomada dele que estava no fim. Pessoa boa e generosa, que iluminou um pouco o meu dia tão nebuloso. 
A semana acabou e tenho certeza que a próxima será bem melhor.
A hemodiálise é um tratamento seguro e atende em torno de 91.000 pacientes em todo o Brasil.
Vale à pena assistir ao vídeo abaixo que encontra-se no site da Sociedade Brasileira de Nefrologia, que nos ensina o que é diálise:



"O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano." (Federico I)

Com carinho,

Helô

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os cuidados com o sal

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes um pouco sobre os cuidados que todos devemos ter com o sal, que tem como um dos seus componentes o sódio e este é o verdadeiro causador da pressão alta, retenção de líquido, problemas cardiovasculares e problemas renais.
                                                Fonte: Blog Beleza Chique
O sal é composto por 40 por cento de sódio e 60 por cento de cloreto, sendo que as necessidades nutricionais de sódio são de, aproximadamente, 500 mg por dia, mas o consumo médio dos brasileiros é de 12,3 g por dia.
O sódio também está presente naturalmente em muitos alimentos, como no leite, mas não é sal, o que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não seria possível fazer constar no rótulo dos alimentos a quantidade de sal ao invés da de sódio. 
Outros tipos de alimentos que não são salgados também contém sódio, como: conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico).
É bom frisar que o sódio, isoladamente, não tem sabor.
Desse modo, todos nós devemos ler os rótulos dos alimentos que consumimos e calcular a quantidade de sal que estamos ingerindo. Anota-se a quantidade de sódio e converte-a em sal. Segundo o cardiologista Daniel Magnoni, é preciso multiplicar o valor de sódio no rótulo por 2,5 para saber o quanto aquilo corresponde em gramas de sal. Por exemplo: um alimento com 500 mg de sódio representa 1,25 g de sal. Assim, podemos ingerir até 4 gramas de sal provenientes de alimentos industrializados mais 2 gramas de sal de cozinha (1 grama no almoço e 1 grama no jantar), seja no preparo dos alimentos ou no seu tempero após irem à mesa.
Depois das orientações gerais que devem ser seguidas por todos, vou tratar agora de cuidados para as pessoas que tem doença renal crônica (DRC), que se estimam em torno de 1,4 milhão de brasileiros, e as que fazem hemodiálise, que, segundo o censo de 2011 da Sociedade Brasileira de Nefrologia, eram 91.314 brasileiros.
O paciente que faz hemodiálise normalmente não urina ou urina muito pouco. Deste modo, deverá fazer um controle da ingestão de líquidos para evitar que haja um acúmulo de água no corpo, que só poderá ser eliminado através da diálise, e consequentemente o aumento da pressão arterial, o que exigirá um maior esforço do coração. Por isso, devemos fazer um crontrole rigoroso da quantidade de sal ingerida para evitar a sede e assim a ingestão de água além do permitido.
Em regra, podemos ingerir 500 ml (1/2 litro) + o volume de urina de 24 horas. Ou seja, o paciente que urinou 1 litro ao longo do dia, poderia ingerir até 1,5 litro de líquido.
                 DICAS:
1) use pouco sal no preparo dos alimentos. Se possível, prepare tudo sem sal e acrescente 1 grama de sal (1 colher de café rasa) no almoço e 1 grama no jantar;
2) prefira creme vegetal ou margarina ou manteiga sem sal;
3) tire o saleiro da mesa;
4) use temperos naturais, como: vinagre, pimenta, orégano, suco de limão, alho, cebola, manjericão, cebolinha, ervas naturais, louro e outros;
5) não use outros tipos de sal, como "dieta sal", "sal light" e "slim sal", pois contém muito potássio;
6) evite os alimentos com elevado teor de sódio/sal, como:
    - salgadinhos industrializados (amendoim, batata frita, castanhas com sal etc.);
    - creme vegetal, margarina ou manteiga com sal;
    - alimentos enlatados (palmito, azeitona, pepino, ervilha, milho, sardinha, atum, alcaparra, molho de tomate etc.);
    - temperos prontos do tipo Arisco, Ajinomoto, Sazon, caldo concentrado em cubos de carne, galinha ou vegetais;
    - sopa desidratada tipo Maggi, Knorr, Miojo etc;
    - bolacha tipo aperitivo;
    - linguiça, salsicha, carne seca, bacalhau, mortadela, salame, presunto e demais embutidos;
    - queijo; e
    - molhos prontos, como: ketchup, mostarda, molho inglês, molho shoyo, maionese e outros.

                                          Fonte: Blog Cherryes

"DEPOIS DA SAÚDE, O BEM MAIS IMPORTANTE É A PAZ."

Vamos fazer a nossa parte para minimizar os problemas do nosso tratamento!!!

Com carinho,
Helô

terça-feira, 14 de maio de 2013

Direito de remoção e transporte gratuito

Olá, amigos!

Agora vou falar-lhes sobre o direito de remoção e transporte coletivo gratuito na cidade de São Paulo.

A pessoa portadora de insuficiência renal crônica não é beneficiária de uma legislação federal específica, que assegure os seus direitos. Deste modo, as prefeituras tem editado medidas visando melhorar a vida dessas pessoas.
A prefeitura de São Paulo tem dois serviços de remoção e transporte destinado às pessoas com deficiência física e alto grau de severidade e dependência. São esses:
1) ATENDE (Serviço de Atendimento Especial) é uma modalidade de transporte gratuito, porta a porta, destinado às pessoas com deficiência física severa, as quais tenham vínculo à cadeira de rodas. Horário do serviço: o Atende funciona das 7h às 20h, de segunda-feira a domingo. Informações pelo telefone 08000155234 ou pelo site.



Fonte: Via Trolebus



2) PERUAS - Prefeitura de São Paulo: é um serviço prestado pelas Coordenadorias de Saúde, Setor de Transporte. A utilização deste serviço exige a realização de um cadastro com atestado médico e relatório social encaminhados pela própria clínica onde a pessos faz hemodiálise. Os telefones de contato das Coordenadorias são:
         a) Coordenadoria de Saúde Norte: (11) 2224-6841
         b) Coordenadoria de Saúde Leste: (11) 3397-0961
         c) Coordenadoria de Saúde Sudeste: (11) 2063-5034
         d) Coordenadoria de Saúde Centro Oeste: (11) 3078-6173
         e) Coordenadoria de Saúde Sul: (11) 2075-1162
O paciente renal crônico, que dialisa três vezes por semana, tem direito à isenção do pagamento da tarifa na SPTrans/EMTU. É necessário levar à UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima de sua casa, o relatório médico solicitado em sua clínica de tratamento. Neste deverá constar o CID (Classificação Internacional de Doenças), insuficiência renal crônica é N18, e a modalidade do tratamento. A UBS trocará este relatório por outro oficial da empresa de ônibus e o orientará para onde deverá ser levado para obter esta isenção municipal.
Fonte: CAADM UFSJ

O paciente renal crônico também poderá se beneficiar do passe-livre, que é a isenção da tarifa do transporte interestadual. Ele deverá enviar ao Ministério dos Transportes os seguintes documentos:
         1) cópia de algum documento de identificação;
         2) comprovante de rendimentos (se tiver);
         3) cópia dos últimos exames (uréia e creatinina, além dos demais);
         4) atestado da equipe multidisciplinar, e o
        5) requerimento. Que é um formulário específico que poderá ser encontrado na sua clínica de diálise junto ao Serviço Social ou no site do Ministério dos Transportes 

Esses documentos deverão ser enviados para o seguinte endereço:
               
                   MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
                          CAIXA POSTAL 9.600
                    CEP 70.040-976 - Brasília - DF

Lembrem-se que as despesas serão pagas pelo paciente e recomenda-se o envio desses como "carta-registrada".

PROCUREM NA PREFEITURA DA SUA CIDADE SE EXISTEM ESSES DIREITOS COMO NA CIDADE DE SÃO PAULO.

Com carinho,

Helô

domingo, 12 de maio de 2013

A primeira semana de Hemodiálise

Olá, amigos!

Agora vou contar-lhes como foram o segundo e terceiro dia, além do fim de semana.

No segundo dia, 9 de maio de 2013, eu iria dialisar também por 2h30, assim como no primeiro dia. O procedimento foi igual ao descrito no primeiro. Porém, no momento que a enfermeira foi puncionar a artéria, percebeu que tinha formado um coágulo. Ela me furou, procurou a artéria e nada. Retirou a grossa agulha e junto um coágulo. Logo me perguntou se eu estava tomando AAS e eu disse que não. Ela chamou a médica, que me prescreveu a ingestão de 1 comprimido AAS todos os dias logo após o almoço para evitar a formação de coágulos. Neste momento, apesar de disfarçar a dor e a insegurança em relação ao puncionamento da minha veia, comecei a passar mal: meus ouvidos entupiram e um suor frio dominou o meu corpo. Mediram a minha pressão e ela estava 9 x 5. Fui avaliada, suspenderam os meus remédios de pressão e me liberaram sem ter feito hemodiálise. Fiquei assustada, mas me disseram que isto acontecia no começo até o corpo se adaptar.





No terceiro dia, 10 de maio, voltei ao centro de diálise. O medo com a dificuldade de puncionamento das minhas veias voltou, pois sempre enfrentei este problema por ter veias muito profundas. A enfermeira puncionou de primeira a artéria, mas precisou de três tentativas para encontrar a minha veia. Conseguiu e a diálise transcorreu sem qualquer problema. Fiz apenas 2h30 e retirei 500 ml. A minha filha gravou alguns CDs no meu iPad e eu fiquei escutando música, com um fone de ouvido enorme, e jogando. Claro que coberta por uma linda manta feita à mão pela minha falecida e querida avó Lia. O tempo passou mais rápido e eu me senti uma pessoa à toa, pois nunca fiquei esse tempo todo sem fazer nada. Foi bom!

O fim de semana foi muito bom. Dormi muito melhor e comecei a comer diariamente proteína animal no almoço e no jantar. Esta mudança na dieta tornou o meu almoço de dia das mães muito mais saboroso e prazeroso.  Ainda não sei o volume de líquido que posso ingerir diariamente, por isso tenho me controlado por conta própria.




O meu dia das mães foi muito alegre e agradável, junto com o marido, filhos e amigos queridos.

Uma coisa é certa, a alegria de viver minimiza qualquer problema...

Com carinho,

Helô