Agora vou falar-lhes sobre a ansiedade ao ser chamada para um eventual transplante.
Era madrugada do dia 23 de novembro de 2013, primeiras horas de sábado, mais precisamente à 1h40. O telefone tocou insistentemente até cair na secretária eletrônica. Eu e meu querido marido, Laerte, pulamos da cama assustados para atendê-lo, mas não conseguimos. Ficamos preocupados, pois a esta hora da madrugada vem sempre uma notícia ruim. Fomos até a sala, onde temos o telefone com identificador de chamada, para verificarmos o número chamado. Era um número desconhecido. Melhor!
Passados uns 10 minutos, o telefone tocou novamente. Eu o atendi no quarto e o meu marido, na sala. A pessoa do lado de lá da linha identificou-se como enfermeiro Jerônimo, do Hospital do Rim. O meu coração disparou e eu fiquei na dúvida se estava acordada ou sonhando. Gentilmente, o enfermeiro faz inúmeras perguntas, como: se eu tomava determinados remédios, se tomei antibiótico recentemente, se tive febre nesses dias, qual era o meu peso e a minha idade, se eu tinha diabetes, HIV, hepatite, hipertensão ou alguma outra doença, se eu tomei bolsa de sangue no último mês, se eu tinha interesse em receber um rim e outras perguntas que eu não me recordo mais. Ele me falou, então, que tinha um rim compatível comigo e que um enfermeiro me telefonaria na parte da manhã para maiores detalhes. Fiquei com o coração na boca de tanta emoção!!! Então, eu rezei, rezei, rezei e rezei, sempre pedindo para que se fosse a minha hora, Ele me ajudasse para que o transplante fosse bem sucedido. Agradeci muito por já estar vivendo este momento!!!
fonte: Nossa Senhora Desatadora dos Nós
Eu e Laerte acordamos cedo, apesar de não ter a certeza se nós dormimos, tomamos café da manhã e ficamos aguardando o telefone tocar. Os meus filhos estavam viajando e ficamos na dúvida se deveríamos ou não avisá-los. Resolvemos que só os avisaríamos se eu fosse a beneficiada para receber este rim.
Por volta das 11h, do sábado 23 de novembro de 2013, o telefone tocou e a uma enfermeira me deu as orientações básicas. Eu deveria me dirigir ao Hospital do Rim, levando apenas uma necessaire com objetos de higiene pessoal, me apresentar na portaria como uma das possíveis receptoras de um rim, levar todos os meus exames, a carteirinha do SUS, a do convênio, meu RG e meu CPF. Por fim, me orientou que eu deveria ir acompanhada. Assim o fiz!
Chegamos no Hospital muito rápido. O Laerte foi assinar uns documentos e eu fui encaminhada para o 6º andar. Chegando lá, percebi que já tinham mais 3 pessoas candidatas a este rim. Logo, a enfermeira me chamou para fazer alguns exames: eletrocardiograma, RX do tórax, exame de sangue, além de medir os meus sinais vitais (pressão, temperatura, pulsação e batimentos cardíacos). Fez algumas perguntas que iam sendo anotadas numa ficha, anotou o meu peso seco e foi me pesar. Estava tudo bem!
Voltei para a sala de espera dos possíveis receptores, que por volta das 13 horas, já eram 7 (sete). Ficamos conversando e sabendo dos problemas renais de cada um. Pessoas muito diferentes, mas com a mesma expectativa e necessidade: um rim. É impossível não se solidarizar com a dor do próximo!
Uma delicada médica chamada Tatiana me chamou para uma consulta e um histórico completo da minha vida foi feito. Ela me examinou clinicamente e me explicou sobre o transplante e o funcionamento da Secretaria da Saúde. Neste momento, ficamos sabendo que tinham 4 (quatro) rins disponíveis, mas vários receptores em alguns hospitais. Nos contou que uma lista dos hospitais beneficiados para o recebimento desses rins seria expedida pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo por volta das 18 horas. Vários são os critérios levados em conta pela Secretaria de São Paulo em relação aos pacientes chamados, tais como: dificuldade de acesso venoso, tempo de hemodiálise, painel alto, idade, estado de saúde e outros. Ela analisou todos os meus exames e me considerou apta para ser uma receptora.
O tempo de espera foi muito longo, mas a expectativa de ser eu a beneficiada me acalmava e me enchia de esperança de poder ter uma vida melhor. Rezei e coloquei nas mãos de Deus esta decisão.
fonte: mensagens
O sentimento de felicidade é inexplicável. Senti a possibilidade real de ter uma vida melhor. A simples possibilidade de voltar a ser dona do meu tempo me deu muita paz. Seria uma glória deixar de fazer hemodiálise, poder viajar, poder comer com menos restrição, poder beber mais de 500 ml., voltar a urinar. Meu Deus, foi muita felicidade!!!
Eu e meu querido Laerte ficamos no hospital por volta de 8 horas. Enfim, às 20 horas, a lista da Secretaria da Saúde foi divulgada e três hospitais foram beneficiados, sendo que 2 rins seriam para o Hospital do Rim, onde eu vou ser transplantada. O meu coração quase saiu do peito de tanta ansiedade. Neste momento, só eu e mais duas pessoas aguardávamos um rim no Hospital do Rim, os demais foram dispensados. A médica informou que a Sra. Maria era a primeira da lista, devido a quase inexistência de acesso para a realização de hemodiálise. Realmente, eu fiquei feliz por ela, pois a sua condição de saúde estava muito precária. Em seguida, falou que o segundo da lista era o Sr. Ernando, que tinha painel alto e estava fazendo hemodiálise há 9 anos. Por incrível que pareça, eu não fiquei triste, mas muito esperançosa de que a qualquer momento eu poderei receber um rim. Foi muito justo!
fonte: Nossa Senhora Desatadora dos Nós
Eu e Laerte acordamos cedo, apesar de não ter a certeza se nós dormimos, tomamos café da manhã e ficamos aguardando o telefone tocar. Os meus filhos estavam viajando e ficamos na dúvida se deveríamos ou não avisá-los. Resolvemos que só os avisaríamos se eu fosse a beneficiada para receber este rim.
Por volta das 11h, do sábado 23 de novembro de 2013, o telefone tocou e a uma enfermeira me deu as orientações básicas. Eu deveria me dirigir ao Hospital do Rim, levando apenas uma necessaire com objetos de higiene pessoal, me apresentar na portaria como uma das possíveis receptoras de um rim, levar todos os meus exames, a carteirinha do SUS, a do convênio, meu RG e meu CPF. Por fim, me orientou que eu deveria ir acompanhada. Assim o fiz!
Chegamos no Hospital muito rápido. O Laerte foi assinar uns documentos e eu fui encaminhada para o 6º andar. Chegando lá, percebi que já tinham mais 3 pessoas candidatas a este rim. Logo, a enfermeira me chamou para fazer alguns exames: eletrocardiograma, RX do tórax, exame de sangue, além de medir os meus sinais vitais (pressão, temperatura, pulsação e batimentos cardíacos). Fez algumas perguntas que iam sendo anotadas numa ficha, anotou o meu peso seco e foi me pesar. Estava tudo bem!
Voltei para a sala de espera dos possíveis receptores, que por volta das 13 horas, já eram 7 (sete). Ficamos conversando e sabendo dos problemas renais de cada um. Pessoas muito diferentes, mas com a mesma expectativa e necessidade: um rim. É impossível não se solidarizar com a dor do próximo!
Uma delicada médica chamada Tatiana me chamou para uma consulta e um histórico completo da minha vida foi feito. Ela me examinou clinicamente e me explicou sobre o transplante e o funcionamento da Secretaria da Saúde. Neste momento, ficamos sabendo que tinham 4 (quatro) rins disponíveis, mas vários receptores em alguns hospitais. Nos contou que uma lista dos hospitais beneficiados para o recebimento desses rins seria expedida pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo por volta das 18 horas. Vários são os critérios levados em conta pela Secretaria de São Paulo em relação aos pacientes chamados, tais como: dificuldade de acesso venoso, tempo de hemodiálise, painel alto, idade, estado de saúde e outros. Ela analisou todos os meus exames e me considerou apta para ser uma receptora.
O tempo de espera foi muito longo, mas a expectativa de ser eu a beneficiada me acalmava e me enchia de esperança de poder ter uma vida melhor. Rezei e coloquei nas mãos de Deus esta decisão.
fonte: mensagens
O sentimento de felicidade é inexplicável. Senti a possibilidade real de ter uma vida melhor. A simples possibilidade de voltar a ser dona do meu tempo me deu muita paz. Seria uma glória deixar de fazer hemodiálise, poder viajar, poder comer com menos restrição, poder beber mais de 500 ml., voltar a urinar. Meu Deus, foi muita felicidade!!!
Eu e meu querido Laerte ficamos no hospital por volta de 8 horas. Enfim, às 20 horas, a lista da Secretaria da Saúde foi divulgada e três hospitais foram beneficiados, sendo que 2 rins seriam para o Hospital do Rim, onde eu vou ser transplantada. O meu coração quase saiu do peito de tanta ansiedade. Neste momento, só eu e mais duas pessoas aguardávamos um rim no Hospital do Rim, os demais foram dispensados. A médica informou que a Sra. Maria era a primeira da lista, devido a quase inexistência de acesso para a realização de hemodiálise. Realmente, eu fiquei feliz por ela, pois a sua condição de saúde estava muito precária. Em seguida, falou que o segundo da lista era o Sr. Ernando, que tinha painel alto e estava fazendo hemodiálise há 9 anos. Por incrível que pareça, eu não fiquei triste, mas muito esperançosa de que a qualquer momento eu poderei receber um rim. Foi muito justo!
Na segunda-feira, fui fazer hemodiálise normalmente. Pensei muito e resolvi contar o ocorrido para poucas pessoas, pois, como em qualquer família, a inveja existe e causa muita dor.
Fui uma privilegiada, pois fui chamada para receber um rim após 6 meses de hemodiálise. Há pessoas na minha clínica que fazem hemodiálise há anos e nunca foram chamadas. Realmente, a compatibilidade entre o doador e o receptor é o mais importante!
O que ficou de tudo isso, foi a certeza de que nunca podemos perder a fé e a esperança, porque o tempo a Deus pertence e por isso temos que estar sempre preparados. Foi um sábado maravilhoso!!!
"Se quiser triunfar na vida, faça
da perseverança, a sua melhor amiga;
da experiência, o seu sábio conselheiro;
da prudência, o seu irmão mais velho;
e da esperança, o seu anjo guardião."
(Joseph Addison)
Vamos nos cuidar para estarmos sempre preparados para recebermos o que desejamos!!!
Com carinho,
Helô
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